"Não interessa que se tenha poder se dele não emane ventura . Não se collhe aventurança com cegueira do coração."
Palavras sábias e milenares que são sempre plenas e fortes de sentido ao longo de todo e qualquer tempo. A Bem Aventurança só se colhe quando se usa o poder numa procura constante do Bem Fazer, em cumprimento total do estatuto do Bem Ser, tendo em vista a partilha incondicional do Bem Estar.
O mundo seria diferente e muito mais feliz se aqueles que o governam se regulassem sempre por estes princípios fundamentais.
Gustav Mahler compôs a 10ª Sinfonia em 1910/1911, mas não a acabou: o último movimento de 10 minutos ficou por registar. Mahler pensara-a, idealizara essa obra- prima, porém o tempo fugiu-lhe e o final não ficou na pauta. Já na época de Mahler (7/07/1860-18 /05/1911), circulava o estigma da “Maldição da Nona”, ou seja, todos aqueles que escrevessem nove sinfonias, morriam. Para reforçar a força
desse vaticínio, enumeravam-se os casos de Beethoven, Schubert, Dvorák e Bruckner, se bem que Schubert não tivesse escrito uma Sétima sinfonia completa, e Bruckner apenas as sinfonias “Zero” e “Duplo-Zero” antes da Primeira Sinfonia. Mahler temia esta Maldição e após ter terminado a 8ª Sinfonia escreveu um ciclo de canções "Das Lied von der Erde" para que não fosse contabilizada como uma verdadeira Sinfonia. Julgando- se fora das garras do presságio, acaba por iniciar a 10ª Sinfonia e não vive para terminá-la. A história da música também é feita de pequenas e nebulosas estórias que marcam a vida de muitos artistas.
Vários compositores inventaram algumas versões para o final desta Sinfonia. Deryck Cook e Berthold Goldschmid, especialistas na obra de Gustav Mahler, criaram esta versão para esses últimos 10 minutos da 10 ª Sinfonia.
Neste último Domingo de Outubro, num tempo de alguns presságios, a aposta para uma perfeita evasão será ouvir esse magnífico registo na excelente interpretação da Orquestra Sinfónica de Berlim, dirigida pelo Maestro Kurt Sanderling .
Neste último Domingo de Outubro, num tempo de alguns presságios, a aposta para uma perfeita evasão será ouvir esse magnífico registo na excelente interpretação da Orquestra Sinfónica de Berlim, dirigida pelo Maestro Kurt Sanderling .
Mais uma vez se comprova que a História, e neste caso, a História da Música e dos músicos, dos grandes músicos principalmente, é feita de pequenas e "nebulosas" e inúmeras vezes indecifráveis histórias que são o sal, o verdadeiro e indispensável condimento da grande História...
ResponderEliminar...Gustav Mahler e a sua 10ª Sinfonia...
Uma pausa, uma semi-fusa, nos misteriosos caminhos da História da Música!...