O terceiro volume das Obras Completas, de Urbano Tavares Rodrigues foi lançado pelas Publicações Dom Quixote, a 8 de
Julho . Este tomo é composto por quatro livros publicados entre 1961 e 1964: Os
Insubmissos, Exílio Perturbado, As Máscaras Finais e Terra Ocupada. Nestas
obras «sobressai o escritor de resistência dos anos 60 e 70 que, regressado a
Portugal, se empenha a fundo na denúncia do sistema, tornando a sua ficção
grito de revolta».
Na Nota Prévia, Urbano Tavares Rodrigues confessa :«Os anos sessenta impunham-nos
a dimensão do testemunho e do protesto, a que não me furtei.»
As miniaturas é o novo romance da escritora brasileira Andréa del Fuego, vencedora do Prémio
Saramago 2011.O romance,com a chancela da Porto Editora, aflora «a ténue
fronteira que separa o sonho da realidade» e «confirma a poeticidade e
delicadeza da escrita de Andréa del Fuego»
Sinopse: «Num prédio que pode ou não existir,
as pessoas acumulam-se numa fila junto ao elevador. É o Edifício Midoro Filho,
um marco imponente no centro da cidade, dezenas de andares empilhados numa arquitectura sóbria e funcional. Conforme se espalham pelos corredores,
funcionários e visitantes ocupam as salas burocraticamente decoradas.
Cada oneiro atende sempre as mesmas pessoas que não se podem conhecer entre si
e tão-pouco manter algum parentesco. Mas o sistema não é infalível, e, naquela
manhã, o oneiro percebe que o rapaz diante de si é filho de uma de suas
clientes.
A partir desse equívoco burocrático, o oneiro abandonará cada vez mais o seu
rigoroso código de conduta para se envolver na vida do rapaz e da sua mãe, uma
taxista que sobrevive a duras penas após o desaparecimento do marido.
No jogo das pequenas esculturas plásticas que auxiliam os clientes durante as
sessões com os oneiros, a autora ilumina as brechas que existem entre o real e
o imaginado, o amor e a dedicação, numa prosa de arrebatadora força poética.»
"A Dom Quixote
editou, em lançamento mundial, Impérios
em Guerra – 1911-1923, no ano em que se assinala o centenário da I
Guerra Mundial.
O livro, com coordenação de Erez Manela, professor de História na Universidade
de Harvard, e Robert Gerwarth, professor de História Moderna no University
College de Dublin, resulta da colaboração de vários historiadores e conta com
16 artigos.
O historiador português Filipe Ribeiro de Meneses escreve sobre O Império
Português nesta obra, de acordo com o conflito que sucedeu ao assassínio do
arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, a 24 de Junho de 1914.
Sinopse: «Olhar para a Grande Guerra como uma
guerra de sobrevivência e expansão imperiais ajuda a colocar o conflito num
contexto espacial e cronológico mais lato, iniciado com a invasão italiana de
territórios otomanos no norte de África, em 1911. O quadro imperial torna também
mais fácil ver que a violência em massa da guerra não acabou como armistício de
1918 e que a violência que antecedeu Agosto de 1914 pertenceu, na verdade, ao
mesmo processo de realinhamento de padrões de poder e de legitimidade globais.
Os conflitos violentos em larga escala grassaram durante anos após 1918 porque
a Grande Guerra destruiu os impérios dinásticos da Rússia, da Áustria-Hungria e
da Turquia otomana e criou uma zona fronteiriça fortemente disputada no Oriente
alemão A violência em larga escala só chegou ao fim em 1923, com o Tratado de
Lausanne, que estabilizou, pelo menos temporariamente, o conflito pós-imperial
no sudeste da Europa e na Ásia Menor.»
Contos
Maravilhosos, de
Hermann Hesse, estão nas Livrarias desde 8 de Julho, lançados pelas Publicações Dom Quixote.
Sobre o
livro: «Poucos
leitores parecem estar cientes de que Hermann Hesse, o autor de romances épicos
como O Lobo das Estepes ou Siddharta, escreveu igualmente
magníficos textos de prosa poética. Esta colectânea reúne os contos mais
emblemáticos da obra do autor, onde se inclui Os Dois Irmãos (Die beiden
Brüder), o seu primeiro trabalho em prosa, escrito quando Hesse tinha
apenas dez anos.
São pequenas histórias, em linguagem simples mas plenas de simbolismo e
referências filosóficas, que remetem para um mundo além da efabulação. A
experiência como elemento unificador do homem e do universo, a busca de
harmonia e unidade do indivíduo no seu confronto com o mundo são temas que
perpassam estes contos onde habitam a fantasia e a visão mágica dos seres e da
Natureza.»
O Ilustre Colegial
e A Gente de Smiley de John le Carré foram apresentados a 15 de
Julho pelas Publicações Dom Quixote.
O
Ilustre Colegial
“A toupeira foi
eliminada, mas a devastação que deixou na sua esteira depauperou gravemente os
serviços secretos britânicos. Investido da chefia do Circus, numa altura em que
a organização se encontra altamente comprometida, George Smiley lança-se numa
campanha que visa pôr a descoberto aquilo que o Centro de Moscovo mais deseja
ocultar, obstinando-se em reunir provas de que Karla prepara uma grande
operação no Extremo Oriente. Talvez por aí se possa iniciar a reconstrução do
Circus. Mas, para isso, são necessários agentes livres de qualquer suspeita,
indivíduos que a toupeira não tenha detectado ou conhecido. E Smiley acredita
ter encontrado o homem certo: um aristocrata tão digno e frustrado como a
própria Grã-Bretanha; um ilustre colegial cuja respeitabilidade poderá ser
arruinada por uma contra-operação que se revela pouco ética, como todas as
operações de espionagem, mas na qual reside a grande oportunidade de o Circus
renascer das cinzas.»
A Gente de Smiley
«O telefonema que
arranca da cama George Smiley, ex-chefe do Circus, agora reformado, é uma
súplica para que volte ao serviço activo para investigar o assassínio de um
outro agente britânico, um ex-general soviético exilado em Inglaterra.
Smiley descobre que o general, como era conhecido, havia reunido informações
sobre o famoso agente soviético Karla, e as características do crime não lhe
deixam dúvidas de que este foi perpetrado por uma das equipas de assassínio do
Centro de Moscovo. Mas o novo chefe do Circus está mais interessado em abafar
um potencial escândalo, e propõe a Smiley que afaste qualquer ligação do crime
com os serviços secretos britânicos, pois isso seria prejudicial para a
política de détente com a União Soviética. No entanto, Smiley decide procurar
os exilados que trabalhavam na rede de informações do general e reconstituir
todos os seus passos até encontrar as provas que possibilitarão, finalmente,
preparar o duelo final com o seu eterno inimigo Karla.»
Catástrofe 1914: A Europa Vai à Guerra,
do jornalista e historiador Max Hastings, editada,agora, pela Vogais,
foi considerada uma das obras de
referência sobre a I Guerra Mundial.
Sinopse: «Em 1914, a Europa mergulhava no
primeiro acto de autossacrifício do século XX — a Grande Guerra, como ficou
conhecida na altura. No seu centenário, Max Hastings explica simultaneamente
como se desencadeou o conflito e o que aconteceu a milhões de homens e mulheres
durante os primeiros meses da contenda. Desvenda ainda provas esmagadoras de
que a Áustria e a Alemanha devem assumir as culpas principais pelo deflagrar da
guerra. O que se seguiu foi uma tragédia de grandes proporções, com o autor a
argumentar que era vital para a liberdade da Europa que a Alemanha do Kaiser
fosse derrotada.
A narração das primeiras batalhas irá surpreender aqueles que têm desta guerra
uma simples imagem de lama, trincheiras e arame farpado. Max Hastings descreve
em pormenor o dia mais sangrento de toda a guerra ocidental, 22 de agosto de
1914, quando pereceram 27 mil franceses, e relata as lutas brutais na Sérvia e
na Prússia Oriental, onde, até ao Natal, alemães, austríacos, russos e sérvios
infligiram entre si 3 milhões de baixas.
O livro mostra o que aconteceu à Europa em 1914, através da abordagem detalhada
mas acessível do historiador, que cruza testemunhos de generais e estadistas,
camponeses, donas de casa e soldados de sete nações. A sua narrativa desfaz
mitos e fornece algumas opiniões surpreendentes e controversas. "
Lettres à Jean Voilier. Choix de lettres 1937-1945
Postface de Martine Boivin-Champeau
Parution : 26-06-2014
«Tu m'as donné les plus entièrement tendres, les plus
parfaites heures de ma vie. J'ai cru que quelque prodige de correspondance
harmonique entre nous s'était révélé, chose rarissime, qui ne pouvait que se
renforcer, vibration identique entre les âmes, les esprits et les corps. Et en
vérité, depuis que nous nous voyons je ressens cet accord exceptionnel sonner
de plus en plus fort dans la substance de ma vie même.» (Paul Valéry à Jean
Voilier, 1940.)
Paul Valéry se lie en 1937 à la romancière Jeanne Loviton, dite Jean Voilier.
Les lettres qu'il lui adresse sept années durant témoignent de l'extraordinaire
passion qui l'anime, de son aspiration à cet idéal amoureux qui, pour lui,
élève les âmes et les corps à leur plus haut niveau d'accomplissement et d'entente.
Aussi bien le poète se livre-t-il tout entier à la puissante emprise de cette
dernière liaison, ne renonçant jamais au chant de l'amour malgré les peines du
jour, les fatigues morales et physiques de l'âge et les intermittences de sa nouvelle muse. Il ne
s'agit plus dès lors de distinguer entre l'amour et ce qui est dit de l'amour,
entre l'œuvre et la vie. Comme les poèmes à Jean Voilier réunis dans Corona
& Coronilla et comme la Cantate du Narcisse ou Mon Faust
écrits en ces mêmes années, ces lettres sont autant de «produits de sensibilité»
qui, à leur manière très personnelle, concourent à la réalisation du grand
projet sensuel et spirituel qui fut celui de Paul Valéry... jusqu'à la
déchirante séparation voulue par Jean Voilier le jour de Pâques 1945, quatre
mois avant la mort du poète. »
Journal des
années noires (1940-1944)
Première parution
en 1947
Nouvelle édition en 2014
Collection Folio (n°
5772), Gallimard
Parution : 03-07-2014
«17 juin 1940
« Voilà, c’est fini. Un vieil homme qui n’a plus même la voix d’un homme
nous a signifié à midi trente que cette nuit il avait demandé la paix.
Je pense à toute la jeunesse. Il était cruel de la voir partir à la guerre.
Mais est-il moins cruel de la contraindre à vivre dans un pays déshonoré? Je ne
croirai jamais que les hommes soient faits pour la guerre. Mais je sais qu’ils
ne sont pas non plus faits pour la servitude.»
Jean Guéhenno a tenu ici le «journal de nos communes misères» sous
l'Occupation, d’un côté en simple témoin, qui n’était pas «dans le secret des
dieux», de l’autre en professeur de liberté. S’agit-il d’une lointaine histoire
qui ne peut plus rien nous dire ou d’«événements qui resteront jeunes»?
Le livre est dédié à ceux de ses anciens élèves qui se sont engagés à mourir
pour que revive la liberté. »