A morte aproxima-se devagar,
sabendo que não é com muita pressa
que ela, ao seu destino, vai chegar:
fazer com que um país desapareça.
A morte vai muito bem equipada,
com tudo quanto há de mais moderno
que produz uma ciência adestrada
para nos dar um luminoso inferno.
Anda devagar, mas mata depressa,
não deixando margem para metafísicas:
quem morre nem sabe que a vida cessa,
sem tempo pra lamentações narcísicas:
o que era ser transmigra-se em não ser,
como a química deixa fazer.
16.03,2022
Eugénio Lisboa
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