Purificar o glossário

 

Purificar o glossário
 

Dedico este soneto aos

nossos futuros leitores sensíveis.

 
Os nossos polícias do pensamento
não permitem que o mundo seja “feio”:
um “atrasado” não passa de “lento”
e um cretino sofre de “bloqueio”.
 
O André Ventura não é “fascista”,
ele, apenas, por vezes, “exagera”.
A Igreja nada tem de “escapista”,
concentra-se, muito bem, e “pondera” .
 
Os supermercados não são “ladrões”:
“dilatam” por lapso, as margens de lucro.
Ninguém é “feio como os trovões”,
 
precisa apenas de ajuste no fulcro.
O nosso mundo é magnífico mundo
e, sendo possível, não vai ao fundo!
                               09.03.2023
Eugénio Lisboa