SOU MULHER, BRASILEIRA , ESCRITORA, cosmopolita,aldeã, criatura de todas as partes, de todos os portos.Nelida Piñon, Uma furtiva lágrima
A escritora brasileira Nélida Piñon, que morreu em Lisboa, a 17 de Dezembro de 2022, aos 85 anos, foi a primeira mulher no mundo a presidir a uma Academia de Letras em 100 anos, eleita em 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda. Recebeu inúmeros prémios e distinções no mundo literário e académico. Autora de mais de vinte livros, entre novelas, contos, literatura infanto-juvenil, ensaios e memórias, era tida pela Academia Brasileira de Letras como "uma das maiores representantes da literatura brasileira".
Nélida Piñon,(1937-2022), que se
estreou com o romance "Guia-mapa Gabriel Arcanjo" publicado em 1961,
recebeu o Prémio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do
Caribe, em 1995, o que aconteceu pela primeira vez para uma mulher e para um
autor de língua portuguesa, assim como o prémio Bienal Nestlé, na categoria
romance, pelo conjunto da obra, em 1991, e o da APCA e o Prémio Ficção Pen
Clube, ambos em 1985, pelo romance "A república dos sonhos".
Licenciou-se, em jornalismo em 1956, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro, tendo colaborado em jornais e revistas literários e sido
correspondente, no Brasil, da revista Mundo Nuevo, de Paris, e editora assistente
de Cadernos Brasileiros.
A escritora tinha um
vínculo estreito com Espanha, já que os pais e avós foram emigrantes galegos no
Brasil, e foi-lhe concedida, no início deste ano, a nacionalidade espanhola.
Eis um informativo registo que traça um longo retrato desta escritora , datado de 02.11.2020.
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