terça-feira, 5 de abril de 2022

A banalidade da morte

 

A BANALIDADE DA MORTE
 
Nós, depois de mortos, ficamos corpos
e em vez de florescer, apodrecemos.
Contra este horror, não há anticorpos,
somos lixo e desaparecemos.
 
Na morte não há qualquer transcendência,
não precisa de qualquer cerimónia:
a morte é uma vulgar ocorrência,
uma mera estatística, sem história.
 
Por isso, é melhor irmos vivendo
e não pensar no que virá depois;
o nosso fim nada tem de estupendo:
 
depois de embrulhados em lençóis,
tudo é nada e não há discussões,
porque o nada não tem opiniões.
                           05.04.2022
Eugénio Lisboa

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