A
BANALIDADE DA MORTE
Nós, depois de mortos, ficamos corpos
e em vez de florescer, apodrecemos.
Contra este horror, não há anticorpos,
somos lixo e desaparecemos.
Na morte não há qualquer
transcendência,
não precisa de qualquer cerimónia:
a morte é uma vulgar ocorrência,
uma mera estatística, sem história.
Por isso, é melhor irmos vivendo
e não pensar no que virá depois;
o nosso fim nada tem de estupendo:
depois de embrulhados em lençóis,
tudo é nada e não há discussões,
porque o nada não tem opiniões.
05.04.2022
Eugénio Lisboa
e em vez de florescer, apodrecemos.
Contra este horror, não há anticorpos,
somos lixo e desaparecemos.
não precisa de qualquer cerimónia:
a morte é uma vulgar ocorrência,
uma mera estatística, sem história.
e não pensar no que virá depois;
o nosso fim nada tem de estupendo:
tudo é nada e não há discussões,
porque o nada não tem opiniões.
Eugénio Lisboa
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