segunda-feira, 18 de abril de 2022

Eunice Muñoz, oitenta anos de carreira artística

Eunice Muñoz

Eunice Muñoz
"O seu nome ecoa em cada espaço" do Teatro Nacional D. Maria II

O nome de Eunice Muñoz "ecoa em cada espaço" do Teatro Nacional D. Maria II, escreve a instituição que acolheu a estreia da atriz, há 80 anos, numa longa mensagem publicada na página oficial da rede social Facebook.
"As palavras que não queríamos escrever. O dia que não queríamos que chegasse. Eunice Muñoz partiu. Hoje (15 de Abril de 2022) é o dia zero. Porque há um antes e um depois de Eunice, não só no Teatro Nacional D. Maria II, como também no teatro português", prossegue a mensagem, acompanhada de várias fotografias da atriz, no papel de diferentes personagens, no palco da instituição.
"Oitenta anos de carreira não cabem em palavras. No Teatro Nacional D. Maria II, o seu nome ecoa em cada espaço. Eunice Muñoz deixa uma miríade de memórias. Hoje, relembramos com especial emoção o dia 28 de novembro passado, em que se assinalaram os 80 anos da sua carreira, e em que se despediu dos palcos, acompanhada da sua neta Lídia Muñoz", lê-se na mensagem, sobre o seu desempenho em a "A margem do tempo", do alemão Franz Xaver Kroetz, o derradeiro trabalho da atriz em palco.
"Hoje é o dia zero. Amanhã, continuamos seguindo inspirados por ela, um dos nomes maiores do nosso teatro, da nossa história. Eunice Muñoz", conclui a mensagem do Teatro D. Maria, que tem no encenador e dramaturgo Francisco Penin, o seu diretor artístico.

Encenadores relembram Eunice Muñoz

O actor e encenador João Mota lembrou Eunice Muñoz como "uma luz", uma "pessoa genial como há poucas no mundo" e salientou que a morte da atriz "não é só uma perda para a Cultura". "Morreu a Eunice. Pronto. A importância grande é que perdemos a Eunice. Vai além da cultura. A gente vê só o lado de atriz, mas além do talento que aquela mulher tinha é a ternura, a alma que ela tinha", reagiu o encenador à morte de Eunice Muñoz, em declarações à Lusa.
Já o encenador e diretor do Teatro Experimental de Cascais (TEC), Carlos Avilez, considerou Eunice Muñoz uma "enorme atriz, uma mulher extraordinária e o próprio do teatro", dizendo que a cultura está de luto com a sua morte. "É muito complicado para mim falar sobre ela porque era uma grande amiga, uma enorme atriz, uma mulher extraordinária e um exemplo", disse à Lusa.
Para o ator, dramaturgo e encenador Tiago Rodrigues, Eunice Muñoz "é sinónimo de teatro". "Muitas vezes lhe disse que deviam mudar os dicionários. Ela ria, generosa, jovem, sempre a mais jovem de todos nós", escreve o autor de "By heart" numa mensagem publicada, na sua página pessoal da rede social Facebook
Já para o encenador Filipe La Féria, Eunice Muñoz entregou "o seu instinto genial" e "incomparável talento" a atores e público, levando assim, com ela, "muito da nossa vida". "Hoje o pano de boca do Teatro desceu e as luzes apagaram-se. Fedra, Sarah Bernhardt, a Mãe Coragem, a Dama das Camélias agradeceram os aplausos e desapareceram no labirinto dos corredores dos camarins", escreveu.”
JN/Agências

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