Receita para abrir a Alma ao belo gosto da Vida
"Levantar da cama em dois tempos compassados , a pensar no que disse o Poeta:
" A vida é feita de nadas/ De grandes serras paradas/ à espera de movimento (...) " - e ir repetindo, baixinho, o tempo que for preciso, até perceber bem o que é vida feita de nadas, e de grandes serras paradas, e espera, e movimento.
Depois, debruçar à janela, e ficar a respirar o ar com seu sabor a mar, a orvalho, a distância lavada de azul e a folhas acabadas de nascer. Em seguida encher-se a gente daquele ar, enquanto vai sentindo o Sol a erguer-se do Oriente.
Por fim, repetir três vezes, muito concentradamente: Estou vivo. Estou vivo. Estou vivo."
Fernando Aires, in Era uma vez o Tempo - Diário, Editora Opera Omnia, Out. 2015, p 489
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