Abro a caixa do
inverno. Tiro os ventos
as rajadas de
chuva, os bancos de neve de onde
fugiram todos os
pássaros. Desenrolo à minha
frente os
pântanos do Inverno. Ando à volta
deles para
desentorpecer as pernas; sacudo
o frio das mãos;
limpo a chuva que se me colou
aos cabelos.
Depois, volto a lançar os dados
-e avanço até à
primavera.
Nuno Júdice, in “Cartografia de Emoções”, Ed. Dom Quixote
"Há quem diga que todas as noites são de
sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo,
isso não tem importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os
sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as
épocas do ano, dormindo ou acordado."
William Shakespeare , in Sonhos de Uma Noite de
Verão, Ed. Campo das Letras
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