sábado, 15 de outubro de 2011

Sábado da Indignação

"A manifestação é pacífica e usa métodos democráticos"
A manifestação dos Indignados acontece, este Sábado, "aquando de uma transformação estrutural na Europa e na América", explica o sociólogo Boaventura Sousa Santos, acrescentando que "não se trata de um rastilho para contestações violentas"."É pacícifica, usa métodos democráticos, de quem defende a verdadeira e real democracia. Usa apenas a palavra, o argumento".
A verdadeira e real democracia que, na perspectiva de Boaventura Sousa Santos, "está a ser completamente dominada pelo capital", constituindo isto o grande momento de transformação estrutural. "Todas as regras de convivência política dos últimos 50 anos estão subvertidas", defende.
Se até aqui, numa dialéctica tensa, a democracia regulava o capital, "obrigando-o a aceitar a redistribuição social, cobrando impostos aos mais ricos para daqui nascerem os serviços públicos, como a educação ou a saúde", agora - e desde 2008 que isso é mais claro - "o capital financeiro submete completamente a Democracia à pressão dos mercados". Os políticos, independentemente do partido, ficam sem alternativa", ilustra.
Na perspectiva deste sociólogo, a longo prazo isto é suicida para o capital, mas "o capitalismo é por natureza burro e agressivo". A manifestação dos Indignados é, assim, um movimento para o restabelecimento de uma Democracia, onde as populações tenham uma palavra a dizer no seu destino. Em Portugal, aonteontem, a população sentiu que não tem grande voto na matéria. A austeridade veio para durar para todos, mesmo que nem todos tenhamos contribuido para a crise. "O problema é que as pessoas já perceberam que estas medidas apenas aprofundam a crise criando recessão: menos impostos, menos mercado e menos emprego". E, portanto, as fileiras da manifestação podem engrossar, sim, "mas de forma pacífica". Leonor Paiva Watson, in JN

"Indignados" de Wall Street mantêm ocupação do Parque Zucotti
Para impedir uma limpeza forçada do Parque Zucotti, em Nova Iorque, rebaptizado "Praça da Liberdade", milhares de manifestantes - mais de três mil segundo o movimento Ocupar Wall Street - concentraram-se esta sexta-feira de forma pacífica e fizeram algumas marchas de protesto, em direcção à Câmara Municipal e a Wall Street. In JN

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