A melhor Biblioteca Pública do ano tem nome de Prémio Nobel
"Uma biblioteca de Barcelona, batizada com o nome de Gabriel García Márquez, foi declarada Biblioteca Pública do Ano. O Prémio Nobel viveu na cidade durante quase uma década, entre 1967 e 1975.
Especializada em literatura latino-americana, esta biblioteca fica no bairro operário de Sant Martí e, segundo a Monocle, foi descrita como "uma maravilha arquitetónica e funcional" pela Federação Internacional das Associações e Instituições de Bibliotecários (IFLA).
Num evento em Roterdão, a federação elogiou a biblioteca pela flexibilidade dos seus espaços e serviços, pela sua interacção com o ambiente e a cultura local e pelo seu compromisso com a aprendizagem.
Inaugurado em 28 de Maio de 2022, o edifício foi concebido para se assemelhar a uma pilha de livros. A biblioteca tem seis andares, com uma estrutura de madeira exposta de quase 4.000 m².
O equipamento incorpora estratégias sustentáveis que lhe permitiram obter a certificação Gold LEED, um sistema internacional de certificação de edifícios sustentáveis que se baseia na incorporação no projecto de aspectos relacionados com a eficiência energética, a utilização de energias alternativas, a melhoria da qualidade interior ambiente, a eficiência do consumo de água, a selecção de materiais, entre outros.
Até Julho de 2023, a biblioteca recebeu mais de 300 mil visitas, uma média de mais de mil pessoas por dia, e realizou quase 200 mil empréstimos. Durante o primeiro ano, foram feitos mais de 6.000 novos cartões." Sapo
"FALAR
À MODA DO PORTO". DEZ INSULTOS "PRA MENINOS E NEM TANTO"
"Para quem não nasceu no Porto, eis o livro que contém tudo o que sempre quis saber, mas nunca teve coragem de perguntar. Com este "berdadeiro prontuário do falar portuense, passa a ser muito mais fácil entender a linguagem dos tripeiros". O SAPO24 publica em exclusivo dez das expressões incluídas na obra "Falar à moda do Porto", de João Carlos Brito, editada pela Ideias de Ler. Nas livrarias a 7 de Setembro
1. Calhau com dois olhos
Estúpido, acéfalo. Aplica-se para desqualificar completamente alguém, comparando-o com um calhau, uma pedra, que é desprovida de inteligência. O animismo com dois olhos aumenta, sem dúvida, o efeito pretendido, pois a verdade é que o facto de acrescentar a visão a um mineral não lhe confere qualquer vantagem. É como se visse as coisas, mas não percebesse nada.
2. Cara de cu à paisana
Feio, antipático. Expressão utilizada para referir alguém, conhecido ou desconhecido, de quem não se gosta. A associação é feita de duas maneiras: primeiro a referência ao rosto, nada agradável, que mais parece um traseiro; e depois o facto de andar dissimulado, à paisana, numa alusão implícita às autoridades policiais, que também são vistas por muita gente com desconfiança.
3. Cu d’arroba
Anafado, que tem nádegas muito volumosas em relação ao resto do corpo. Aqui, o tripeiro andou sempre muito à frente. Antes da moda do traseiro‑camião, ao estilo Kardashian, era inestético e motivo de gozo o facto de alguém ter as nádegas avantajadas. A alcunha mais vulgar era a de cu d’arroba, ou seja, como que a dizer que só o traseiro pesava 15 quilos (uma arroba).
4. Lambão
Guloso. Egoísta. Ora aqui temos um termo que no Porto ganha especial sentido, sendo, de resto, uma das palavras mais tripeiras. Se, por um lado, o lambão é aquele que se lambuza quando come (comilão, lambareiro), por estes lados aplica-se igualmente ao indivíduo que quer tudo só para si, que não quer repartir com ninguém. Isto pode acontecer na culinária, num jogo de futebol, enfim, em qualquer situação.
5. Lambe-cricas
Homem muito fraco, a quem falta virilidade e que anda sempre à volta das senhoras, mas para procurar companhia, e não sexo, o que era extremamente reprovável em termos sociais! Tido em fraca conta pelos homens ditos “a sério”. Aponta para a incapacidade de ter uma relação sexual como “debe de ser”. Quando muito, alude ao sexo oral. Do grego krikos, anel, a crica é, por associação visual, o órgão sexual feminino. No Porto, também se chama lambe-cricas a um cão de pequeno porte.
6. Lavajão
Porco, sem asseio. Diz-se do que come qualquer coisa e qualquer tipo de mistura. O prato de um lavajão é inqualificável, bem como o espaço que o rodeia, onde reina a lavajice. Come sem aprumo, sem quaisquer critérios e literalmente tudo e por qualquer ordem. Virá de lavagem, que era a comida (constituída por restos, alguns já em estado de putrefação) que se dava aos porcos. Também existe a expressão boca de lavagem, que descreve alguém desbocado ou intriguista.
7. Manguela
Preguiçoso, calão, malandro. O que não gosta de trabalhar. Possivelmente, provirá do gitano mangar, de raiz sânscrita, que significa pedir, mendigar e, num outro sentido, iludir, enganar, mantendo um ar sério, características que cabem direitinho no nosso manguela. O verbo será responsável pela criação dos neologismos manguelar, manguelice e, claro, manguela.
8. Morcão
Lorpa, estúpido. Pessoa lenta, lerda de ideias. Insulto que pretende comparar o visado com o bicho larvar da fruta, na medida em que é desprovido de inteligência. Morcón é também um enchido de carne magra, da região espanhola da Extremadura, feito com intestino grosso de porco.
9. Nhonhinha
Atado, palerma. Pessoa pouco desenrascada. Abreviatura de panhonha, lorpa, ou possível corruptela de choninha, por efeito exagerado de onomatopeia em nh, que pretende ironizar a forma nada eloquente de falar de um nhonhinha – alguém de poucas convicções, apalermado e nada firme nas suas opiniões e atitudes.
10. Trambalazana
Ou trombalazana, trambalazanas, trombalazanas. Desajeitado, homem apalermado, alto e corpulento, mas de uma forma desengonçada. A palavra refere também um individuo mal-encarado, rude, sendo sinónimo do popular trombudo. A explicação poderá estar na medicina popular, pois o termo, em certas regiões do Norte, designa também um ataque súbito, uma doença repentina e que pode deixar marcas."
Sapo, 24 de Agosto
"Para quem não nasceu no Porto, eis o livro que contém tudo o que sempre quis saber, mas nunca teve coragem de perguntar. Com este "berdadeiro prontuário do falar portuense, passa a ser muito mais fácil entender a linguagem dos tripeiros". O SAPO24 publica em exclusivo dez das expressões incluídas na obra "Falar à moda do Porto", de João Carlos Brito, editada pela Ideias de Ler. Nas livrarias a 7 de Setembro
1. Calhau com dois olhos
Estúpido, acéfalo. Aplica-se para desqualificar completamente alguém, comparando-o com um calhau, uma pedra, que é desprovida de inteligência. O animismo com dois olhos aumenta, sem dúvida, o efeito pretendido, pois a verdade é que o facto de acrescentar a visão a um mineral não lhe confere qualquer vantagem. É como se visse as coisas, mas não percebesse nada.
2. Cara de cu à paisana
Feio, antipático. Expressão utilizada para referir alguém, conhecido ou desconhecido, de quem não se gosta. A associação é feita de duas maneiras: primeiro a referência ao rosto, nada agradável, que mais parece um traseiro; e depois o facto de andar dissimulado, à paisana, numa alusão implícita às autoridades policiais, que também são vistas por muita gente com desconfiança.
3. Cu d’arroba
Anafado, que tem nádegas muito volumosas em relação ao resto do corpo. Aqui, o tripeiro andou sempre muito à frente. Antes da moda do traseiro‑camião, ao estilo Kardashian, era inestético e motivo de gozo o facto de alguém ter as nádegas avantajadas. A alcunha mais vulgar era a de cu d’arroba, ou seja, como que a dizer que só o traseiro pesava 15 quilos (uma arroba).
4. Lambão
Guloso. Egoísta. Ora aqui temos um termo que no Porto ganha especial sentido, sendo, de resto, uma das palavras mais tripeiras. Se, por um lado, o lambão é aquele que se lambuza quando come (comilão, lambareiro), por estes lados aplica-se igualmente ao indivíduo que quer tudo só para si, que não quer repartir com ninguém. Isto pode acontecer na culinária, num jogo de futebol, enfim, em qualquer situação.
5. Lambe-cricas
Homem muito fraco, a quem falta virilidade e que anda sempre à volta das senhoras, mas para procurar companhia, e não sexo, o que era extremamente reprovável em termos sociais! Tido em fraca conta pelos homens ditos “a sério”. Aponta para a incapacidade de ter uma relação sexual como “debe de ser”. Quando muito, alude ao sexo oral. Do grego krikos, anel, a crica é, por associação visual, o órgão sexual feminino. No Porto, também se chama lambe-cricas a um cão de pequeno porte.
6. Lavajão
Porco, sem asseio. Diz-se do que come qualquer coisa e qualquer tipo de mistura. O prato de um lavajão é inqualificável, bem como o espaço que o rodeia, onde reina a lavajice. Come sem aprumo, sem quaisquer critérios e literalmente tudo e por qualquer ordem. Virá de lavagem, que era a comida (constituída por restos, alguns já em estado de putrefação) que se dava aos porcos. Também existe a expressão boca de lavagem, que descreve alguém desbocado ou intriguista.
7. Manguela
Preguiçoso, calão, malandro. O que não gosta de trabalhar. Possivelmente, provirá do gitano mangar, de raiz sânscrita, que significa pedir, mendigar e, num outro sentido, iludir, enganar, mantendo um ar sério, características que cabem direitinho no nosso manguela. O verbo será responsável pela criação dos neologismos manguelar, manguelice e, claro, manguela.
8. Morcão
Lorpa, estúpido. Pessoa lenta, lerda de ideias. Insulto que pretende comparar o visado com o bicho larvar da fruta, na medida em que é desprovido de inteligência. Morcón é também um enchido de carne magra, da região espanhola da Extremadura, feito com intestino grosso de porco.
9. Nhonhinha
Atado, palerma. Pessoa pouco desenrascada. Abreviatura de panhonha, lorpa, ou possível corruptela de choninha, por efeito exagerado de onomatopeia em nh, que pretende ironizar a forma nada eloquente de falar de um nhonhinha – alguém de poucas convicções, apalermado e nada firme nas suas opiniões e atitudes.
10. Trambalazana
Ou trombalazana, trambalazanas, trombalazanas. Desajeitado, homem apalermado, alto e corpulento, mas de uma forma desengonçada. A palavra refere também um individuo mal-encarado, rude, sendo sinónimo do popular trombudo. A explicação poderá estar na medicina popular, pois o termo, em certas regiões do Norte, designa também um ataque súbito, uma doença repentina e que pode deixar marcas."
Sapo, 24 de Agosto
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