“O herói tem de partir sozinho, abandonando o velho mundo e os velhos hábitos. Tem de aventurar-se na escuridão do desconhecido, onde não existe mapa nem caminho visível. Tem de combater seus próprios monstros – não os monstros de outrem -, explorar seu próprio labirinto, sofrer sua própria provação para poder encontrar o que lhe falta. Assim transfigurado, pode levar algo de valor para o mundo que ficara para trás. Todavia, se o cavaleiro percorre uma rota já estabelecida, está apenas seguindo pegadas alheias e não viverá uma aventura. Se quer triunfar, tem de entrar na floresta, diz o texto, em francês arcaico, de A busca do Santo Graal, ‘num ponto em que ele mesmo escolheu, onde a escuridão era maior e não havia caminho’. Na terra árida da lenda do Graal, as pessoas levam vidas inautênticas, cumprindo cegamente as normas da sociedade e fazendo só o que os outros esperam delas.” in A escada espiral, livro de memórias de Karen Armstrong.
Ao reescutar esta peça musical, considerada a magnum opus de Hans Zimmer , o desejo de viajar surgiu com inopinada intensidade. Em plena realização de uma grande e longa viagem , ocorreu-me legendá-la com palavras de uma escritora inglesa , Karen Amstrong. Na terra árida do Graal acontece o que a nossa poeta, celebrada em Portugal, traduziu em poema:
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades.
E a luz que nos rodeia é como grades.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Acreditando que "O Sonho comanda a vida", talvez seja possível, neste início de Primavera, sonhar a aventura da viagem triunfal, sob os acordes de " Chevalier de Sangreal" de Hans Zimmer , da banda sonora do filme "O Código de Da Vinci".
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