"Falo da natureza.
E nas minhas palavras vou sentindo
A dureza das pedras,
A frescura das fontes,
O perfume das flores.
Digo, e tenho na voz
O mistério das coisas nomeadas.
Nem preciso de as ver.
Tanto as olhei,
Interroguei,
Analisei
E referi, outrora,
Que nos próprios sinais com que as marquei
As reconheço, agora."
Miguel Torga, Diário X (1968), Ed. Círculo dos Leitores
Ao ouvir Natalie Dessay em "Oú va la jeune hindoue..." ou "Air des clochettes", uma ária da ópera “ Lakmé" (1883), de Leo Delibes, ficamos definitivamente em estado de pleno deslumbramento. A voz exige rendição total. Seduz e arrebata pela excepcional maleabilidade e pela grandeza vocálica.
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