Sobreviventes do holocausto chegam quinta-feira à casa de Aristides Sousa Mendes
"Sobreviventes da II Guerra Mundial foram salvos graças ao cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, chegam quinta-feira a Cabanas de Viriato, em Carregal do Sal, à casa que pertenceu ao diplomata.
Acompanhados de familiares, os sobreviventes encontram-se a partir de hoje em Portugal para uma visita de cinco dias que inclui passagens por Vilar Formoso, Guarda, Belmonte, Figueira da Foz, Curia, Coimbra, Cabanas de Viriato, Caldas da Felgueira e Tomar.
«Os locais de visita abrangem os diversos núcleos judaicos incluídos na Rota das Judiarias, assim como localidades e espaços onde alguns refugiados portadores do visto Sousa Mendes viveram durante a II Guerra Mundial», refere uma nota de imprensa do Turismo Centro de Portugal.
Na quinta-feira à tarde, realiza-se uma cerimónia no cemitério de Cabanas de Viriato e uma visita à igreja onde Aristides de Sousa Mendes se casou com a primeira mulher, Angelina. Segue-se uma visita à casa de Aristides de Sousa Mendes (conhecida por Casa do Passal), em frente à qual o arquiteto Eric Moed, neto de um refugiado, está a preparar uma instalação artística.
A comitiva iniciou no passado dia 09, em França, uma viagem que pretende homenagear a memória de Aristides de Sousa Mendes, que salvou mais de 30 mil pessoas aos passar-lhes vistos, desobedecendo às orientações que tinha recebido do ditador Oliveira Salazar.
A iniciativa é organizada pela Fundação Sousa Mendes (Estados Unidos da América), pela comissão nacional francesa de homenagem a Aristides de Sousa Mendes e pela AJPN -- Anónimos, Justos e Perseguidos durante o período Nazi.
«Para todas essas famílias, Portugal foi o símbolo da paz e da esperança retomada», refere a organização, acrescentando que será este «caminho de liberdade» que voltará a ser feito em Portugal.”Diário Digital com Lusa,17/06/2013
"Com a invasão de França pelas tropas nazis, dezenas de milhares de refugiados começaram a formar-se junto do consulado português em Bordéus, na esperança de aí obterem um visto para Portugal. Obrigado a respeitar a Circular de Salazar que determinava a proibição expressa de concessão de vistos a quaisquer refugiados judeus, o Cônsul Sousa Mendes viveu, então, um terrível dilema: se concedesse vistos, arriscava a carreira diplomática e o sustento da sua família; se não o fizesse, todos aqueles milhares de pessoas teriam como destino os campos de concentração nazis." Resolveu conceder vistos a milhares de Judeus e sofreu as consequências desse acto de heroísmo e solidariedade. Morreu na miséria.
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