As noites desmedidas de novembro
abertas sobre a queixa rígida das árvores
inauguram o outono sobre a terra
Adeus ó meu verão impiedoso
ó limpidez da água sobre as pedras
ó inúmeros galos da manhã
ó tempestade agreste de alegria
É o país da música é a fome da noite
(...)
Eu te saúdo outono punitivo
sinal desse silêncio que me não permite
desistir de cantar enquanto vivo
Que o vento a névoa a folha e sobretudo o chão
caibam dentro do espaço da minha canção
Ruy Belo, in “ Todos os Poemas”, Ed. Assírio & Alvim, 2004
Novembro chegou marcadamente outonal, extinguindo a depauperada réstia de um Verão que, serôdia, teimava em prolongar-se. Sobranceira, a Música resistiu e persiste numa cantilena laboriosa que não permite descanso. Dar ao tempo as notas que o tempo faz é o ritual que faz da Música a perene intérprete da alma humana.
Num revisitar de grandes êxitos e de grandes nomes, os sons dos Blues impuseram -se para este Domingo, através de uma histórica " Blues Session" de B.B. KING & Friends. Com as vozes de uma galeria de excelentes cantores tais como Paul Butterfield, Phill Collins, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, Dr. John, Etta James, Chaka Khan, Albert King, Gladys Knight, Billy Ocean , ficou o registo extraordinário e memorável da canção, " Why I sing the Blues?".
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