Portugal’s
austerity measures
The tipping
point
How much
austerity is too much?
Sep 22nd 2012
| LISBON | from the print edition “ The Economist”
"A FORTNIGHT
is a long time in the euro crisis. In two short weeks Portugal has gone from
being a model pupil, praised in Brussels and Frankfurt for steadfastly pressing
ahead with a reform programme tied to a €78 billion ($101 billion) bail-out to
a cautionary example of the dangers facing governments which attempt to push
austerity beyond the tolerance of long-suffering voters.
With his
decision to finance a reduction in company costs through a sharp cut in
workers’ take-home pay, Pedro Passos Coelho, Portugal’s prime minister, appears
to have taken reform past the limit of what is deemed acceptable by large parts
of the electorate. Until then, voters had accepted successive rounds of
belt-tightening with grudging resignation.
The prime
minister is proposing to cut employers’ social-security contributions by 5.75
points, to 18% of their wage bill. By reducing labour costs in this way, he
hopes to boost employment, push down prices and increase Portugal’s export
competitiveness. What makes the reform such a bitter pill for workers is that
their social-security contributions will increase from 11% to 18% of their pay
to finance the measure.
In the 15
minutes that Mr Passos Coelho took to announce his scheme on television earlier
this month, he performed the remarkable feat of uniting not only the opposition
parties against his “intolerable” plan, but also trade unionists, big business
and economists. The move also opened a potentially irreparable breach between
the two parties in his governing coalition. By the following weekend, hundreds
of thousands of peaceful demonstrators had taken to the streets in Portugal’s
biggest anti-austerity protest to date.
Aníbal Cavaco
Silva, the president, will convene a meeting of the Council of State, his top
advisory body, on September 21st. The president’s chief concern is to prevent
this unexpectedly vehement backlash from developing into a full-blown political
crisis that would demolish the international confidence that Portugal has
gradually gained over the past year through painful sacrifice and meticulous
adherence to its three-year adjustment programme.
António José
Seguro, leader of the centre-left Socialists, the main opposition party,
described the proposal as an “immoral and unacceptable” transfer of workers’
earnings to their bosses. It was, he said “a social experiment” never tried
before anywhere in the world. Unless the proposal is withdrawn, the Socialists,
supporters of the bail-out, but not the prime minister’s policies, will table a
censure motion against the government. Potentially more damaging for Mr Passos
Coelho, who enjoys a comfortable majority in parliament, is the growing threat
of a rift in his Social Democratic Party’s hitherto solid coalition with the conservative
People’s Party, led by Paulo Portas, the foreign minister, who argued against
the social-security transfer.
Faced with
such widespread opposition and the risk that some government MPs could rebel in
a crucial October vote on the 2013 budget, the prime minister is widely
expected to modify, if not fully retract, his plan. This could spare Portugal a
destructive political crisis. But it will be too late to save the prime
minister from the damage that has already been inflicted on the government coalition
and his own standing with hard-pressed voters.
Mr Passos
Coelho’s policies may have succeeded in emphasising Portugal’s differences from
Greece. But he is also discovering that austerity cannot be pushed past a limit
that is determined by voters, whether they are violently rioting in Athens or
marching peacefully in Lisbon."
A consciência da rua
Por Baptista Bastos
“As
imponentes manifestações que chamaram, às ruas de quarenta cidades portuguesas,
um milhão de pessoas, possuem um significado que se não exprime, apenas, pela
grandeza dos números. Elas são um despertar da consciência cívica nacional e um
rebate contra os perigos que este Governo corporiza. Não foi, somente, como
alguns pretendem fazer crer, um desagrado ante a anunciada taxa social única.
Essa propositada intenção pretende minimizar a extensão do protesto. Os que
foram para as ruas demonstraram a sua repulsa por Pedro Passos Coelho e pela
inexcedível incompetência maléfica da ideologia que representa. O homem empurra
o País para o abismo, e é urgente impedi-lo de o fazer.
António
Capucho veio a terreiro advertir-nos. Habitualmente reservado e cuidadoso, as
circunstâncias levaram-no, na televisão e no jornal I, a propor a necessidade
de "um Governo de salvação nacional, mas sem Passos Coelho".
Classificando os propósitos do primeiro-ministro de
"ultraneoliberais", afirma: "O Governo não está com falta de apoio
das pessoas; o Governo está com o ódio das pessoas."
Capucho é a
ponta do icebergue de descontentamento e fúria que lavram e alastram no PSD,
onde numerosos dirigentes e outros se interrogam sobre a legitimidade dos actos
governamentais. A aplicação deste sistema de domínio, sem regras e sem limites
morais, requer um método de respostas de que a natureza dos protestos de 15 de
Setembro foi, unicamente, uma expressão serena. Porém, não deixou de ser a
exposição de um outro poder, o popular, enfrentando e contestando o outro, por
injusto e agressivo.
É preciso não
esquecer de que, por vezes, a legalidade, ao exceder- -se, se inscreve na ordem
de uma violência que a coloca fora da lei. É o que tem acontecido. Um
preopinante anunciou, enfaticamente, ter Passos Coelho perdido o País. Não se
perde o que se não tem, e se houvesse dúvidas acerca da impossibilidade de
qualquer Governo deter a afeição de um país, as manifestações que chamaram às
ruas um milhão de portugueses dariam que reflectir.
Como escrevi,
nesta coluna, na última quarta-feira, o ciclo fechou-se sobre Passos e a sua
obstinada soberba. E ainda não se registara a explosão ética de cidadania.
Depois, surgiram as declarações de Paulo Portas. As características de uma
coligação já trémula na essência assinalaram a proximidade da ruptura. Portas é
uma personalidade cuja dualidade se conhece. As exigências de uma generalidade
governamental não lhe calham bem. E Passos Coelho é suficientemente sobranceiro
e autoritário para ceder a vez e desaproveitar a voz. Os dados estão lançados.
Mas a alternativa é inexistente. A não ser que a consciência cívica se erga, de
novo, e exija que esta nefasta indigência entre o PS e o PSD seja substituída
por outras possibilidades. Que as há.”
Baptista
Bastos em Artigo de Opinião publicado no DN de 19/09/12
Veja aqui : Notícias da manifestação em Belém
Protestos voltaram a rua para forçar conselheiros a ouvir o povo (COM VIDEO)
Veja aqui : Notícias da manifestação em Belém
Protestos voltaram a rua para forçar conselheiros a ouvir o povo (COM VIDEO)
todos claman mas a verdade e esta um pais que a anos que se anda a endividar cada vez mais e com uma familia que a uma altura em que o banco vem e tira a casa --- como ja nao se podem cunhar escudos tem que se cobrar inpostos para pagar a divida ou entao voltar ao escudo inflaçionado e sofrer as conçequençias nao a volta a dar governe la que quem for e se se tira a uns falta a outros --clamen menos e atuem mais e o meu conçelho
ResponderEliminarA austeridade esmagante, cega, absoluta, sempre sobre os mesmos, para aqueles que sempre sustentaram o país em todas as épocas, em todos os ciclos da História, não suscita colaboração, mas antes repulsa, ódio, revolta, manifestação, e a necessidade de libertação desse sufoco que nada traz de positivo e só nos arrasta para o fundo ainda mais. Haja senso, pelo menos!...
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