terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Hoje, à tardinha

" Se viesses ver-me hoje à tardinha,
  A essa hora de mágicos cansaços,
  Quando a noite de manso se avizinha,
  E me prendesses toda nos teus braços..."
                                     Florbela Espanca

1 comentário:

  1. Na senda de Florbela Apeles Espanca... (Ideias que bailam dentro e nós...) Se viesses ver-me, oh!... Se viesses agora, não seria somente hoje, mas a toda a hora, no solstício da tarde que se esvai por entre harmonias, no surdo rumorejar do silêncio porque anseio... A esta hora, a uma hora em que o cansaço é precoce - eu sei - mas vem ele mesmo coberto de magia, de uma magia que me ensina tanto! Combinamos. Está combiado! A esta mesma hora... Quero-te!... Sim! Porque a noite nos envolve, tão distraídos estamos... e nos leva e nos deita em seus braços, nos conta o fio de pranto da voz, a mágoa que nunca se sumiu, a lágrima que não seca... E nos prendessemos um no outro, à tardinha, assumindo os rostos numa só face, tudo tão suave e doce... Como seria a maior das altitudes, o êxtase que nos definiria o sermos e o estarmos, sorvendo a mansidão do adormecer do dia.

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