O prémio Nobel da Literatura 2022 foi atribuído à escritora francesa Annie Ernaux, anunciou hoje a Academia Sueca.
"Na sua escrita, Ernaux, de forma consistente e a partir de diferentes ângulos, examina uma vida marcada por fortes disparidades de género, idiomas e classes. O seu caminho enquanto autora foi longo e árduo", lê-se no site da Academia.
A escritora, de 82 anos, foi premiada pela "coragem e acuidade clínica com que descobre as raízes, os distanciamentos e as restrições coletivas da memória pessoal", explicou o júri do Nobel.
Já não é o primeiro ano que o nome de Annie Ernaux é falado para o Nobel da Literatura, sendo que com a publicação do seu romance "L'événement" ("O Acontecimento"), que narra uma sua experiência, concretamente a angústia de uma jovem estudante francesa obrigada a fazer um aborto clandestino, o seu nome voltou à baila.
"Um Lugar ao Sol" (1984) e "Os Anos" (2008) estão entre as obras mais conhecidas de Ernaux, que vai receber um prémio de 10 milhões de coroas (pouco mais mais de 900.000 euros).
"Considero que é uma grande honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade receber o Prêmio Nobel", declarou Ernaux ao canal de televisão sueco SVT, adiantando que deve continuar a testemunhar "uma forma de equidade, justiça, em relação ao mundo".
No ano passado, o prémio foi atribuído ao britânico de origem tanzaniana Abdulrazak Gurnah, pela sua obra sobre os refugiados, o colonialismo e o racismo.
Annie Ernaux, que era um nome citado há muitos anos entre possíveis vencedores do Nobel, é a 17ª mulher a receber a honra, entre os 119 laureados desde a criação do prémio em 1901."
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