Não posso adiar o amor para outro século
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa ,in "Viagem através duma Nebulosa", Lisboa: Edições Ática, 1960; "Antologia Poética", prefácio, bibliografia e selecção de Ana Paula Coutinho Mendes, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2001, p. 42
Segundo Voltaire, a poesia diz mais que a prosa e em menos palavras.
As palavras do poeta são sábias. Dizem o que deve ser dito . E se as palavras verbalizam o pensamento e permitem o sopro da alma , a Música volatiliza-as e leva-as ao coração do Homem.
As palavras do poeta são sábias. Dizem o que deve ser dito . E se as palavras verbalizam o pensamento e permitem o sopro da alma , a Música volatiliza-as e leva-as ao coração do Homem.
Assim fez Johann Sebastian Bach, (1685-1750), na famosa Aria de la Suite nº 3 e a excelente voz da soprano Kalinka Damiani confirma-o, neste extraordinário desempenho, sob a direcção do Maestro Gil Gonçalves.
Natalie Dessay dá voz e beleza a Vocalise, fascinante peça de Sergei Vasilievich Rachmaninoff (1873-1943).
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