" Lugares da infância onde
sem palavras e sem memória
alguém, talvez eu, brincou
já lá não estão nem lá estou."
Manuel Pina , in "Lugares de Infância", " Todas as Palavras" Assírio&Alvim
1º Aniversário da morte de Manuel Pina
Manuel Pina, o poeta, o jornalista, o ensaísta, o escritor, morreu há um ano. Deixou-nos uma imensa saudade apenas redimida pela sempre viva obra legada. O Porto, cidade adoptiva do poeta, tem vários eventos para assinalar a data que vão desde a celebração de uma missa, a entrega do Diploma do Prémio Camões à apresentação de um livro com retratos de Manuel Pina da autoria de Agostinho dos Santos e com textos de vários amigos do poeta.
(...)Houve tempo... e em verdade eu vos digo: havia tempo
Tempo para a peteca e tempo para o soneto
Tempo para trabalhar e para dar tempo ao tempo
Tempo para envelhecer sem ficar obsoleto...
Eis por que, para que volte o tempo, e o sonho, e a rima
Eu fiz, de humor irônico, esta poesia acima." Vinicius de Moraes, in " A Cidade Antiga"
Vinicius de Moraes nasceu há cem anos
Tempo para a peteca e tempo para o soneto
Tempo para trabalhar e para dar tempo ao tempo
Tempo para envelhecer sem ficar obsoleto...
Eis por que, para que volte o tempo, e o sonho, e a rima
Eu fiz, de humor irônico, esta poesia acima." Vinicius de Moraes, in " A Cidade Antiga"
Vinicius de Moraes nasceu há cem anos
Em 1913, no dia
19 de Outubro na Rua Lopes Quintas nº114, no bairro do Jardim Botânico, Rio de
Janeiro nasceu Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes (apenas
aos nove anos regista o nome Vinicius de Moraes), filho de Lydia Cruz de Moraes e
de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes.
Com um singular percurso de vida, foi diplomata, jornalista, poeta, cantor e compositor. Homem de grande carisma, viveu uma vida agitada por grandes causas e ideais em que a luta pela liberdade o obrigou ao exílio no nosso país, no tempo sujo do Brasil. A vasta obra que nos legou é rica e variada.
Morreu a 19 de Julho de 1980, no Rio de Janeiro.
Língua
portuguesa, língua de ciência
“A propósito da 2ª Conferência
Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que terá
lugar em Lisboa, no final deste mês,nos próximos dias 29 e 30, tendo como tema a Língua Portuguesa Global - Internacionalização, Ciência e Inovação, o Professor Ivo Castro, Catedrático da
Faculdade de Letras de Lisboa e Presidente da Comissão Científica do 1º
segmento desta Conferência, reflecte, no destacável Camões nº 196, sobre a relevância da língua portuguesa
enquanto língua de ciência – tópico que norteará o encontro de eminentes
académicos..”Instituto Camões - Encarte
Camões 196, 16 de Outubro de 2013
Prémio Fernando Namora 2013
José
Eduardo Agualusa foi o vencedor do Prémio Fernando Namora 2013 com a sua
obra Teoria Geral do Esquecimento. A acção desta obra decorre em Luanda e
começa nas vésperas da proclamação da independência, no dia 11 de Novembro de
1975, quando uma mulher portuguesa decide erguer um muro que a separa do
edifício onde mora, acabando por sobreviver isolada durante cerca de 30
anos.
Prémio
Man Booker
A neozelandesa Eleanor Catton, de 28
anos, convenceu o júri com as 832 páginas de The Luminaries, um romance de
mistério situado na Nova Zelândia de meados do século XIX.
O prémio Man Booker foi atribuído esta
terça-feira a Luminaries, de Eleanor Catton, uma neozelandesa de 28 anos que
bateu alguns adversários de peso, como o britânico Jim Crace ou o irlandês Colm
Tóibin, ambos frequentadores habituais das listas de finalistas do prémio.
Catton não só é a mais nova vencedora
de sempre, como triunfou com o romance mais longo alguma vez premiado desde a
fundação do Booker, em 1969. Espécie de versão pós-moderna de uma “sensation
novel” vitoriana ao estilo de Wilkie Collins, The Luminaries é um calhamaço de
832 páginas que conta uma história de crime e mistério, usando como cenário a
corrida ao ouro na Nova Zelândia de meados do século XIX.
Numa cerimónia transmitida em directo
na televisão, durante a qual o presidente do júri, Robert Macfarlane, começou
por lembrar os seis romances finalistas e fez preceder o anúncio da obra
vencedora da clássica deixa usada na gala dos Óscares — “and the winner is…” —,
Eleanor Catton acabou a receber o prémio das mãos de Camilla Parker Bowles,
duquesa da Cornualha.
Este Man Booker 2013, com uma dotação
pecuniária de cerca de 60 mil euros, tem o simbolismo adicional de ser o último
ao qual só puderam concorrer autores do Reino Unido, da Irlanda e de países da
Commonwealth. Já a partir da próxima edição, o prémio vai abrir-se aos
escritores dos Estados Unidos e a autores de quaisquer outras nacionalidades,
exigindo-se apenas que as obras candidatas tenham sido originalmente publicadas
em inglês.
Não fora o já longínquo precedente de
Keri Hulme, uma autora de ascendência inglesa e maori que ganhou o Booker em
1985 com The Bone People, e Eleanor Catton ter-se-ia ainda tornado a primeira
escritora a levar o prémio para a Nova Zelândia.
Apesar da sua juventude, pode dizer-se
que, mesmo antes desta consagração, Catton era já uma autora conhecida. Embora
só tenha um romance anterior, composto aos 23 anos como tese de mestrado num
curso de escrita criativa, esse seu livro de estreia, The Rehearsal (2008), foi
muito elogiado pela crítica, integrou a lista de finalistas dos prémios Orange
e Dylan Thomas e foi traduzido numa dúzia de línguas. Em Portugal, O Ensaio foi
publicado pela editora Gradiva.
Após o sucesso de The Rehearsal, que
abordava as reacções a um affaire entre um professor e uma aluna do ensino
secundário, Catton começou a escrever The Luminaries aos 25 anos. Completou-o
aos 27, e o prémio que agora lhe foi atribuído sugere que passou com distinção
o clássico teste do segundo livro, demonstrando que The Rehearsal não passara
mesmo de um ensaio.
Nascida no Canadá em 1985 — o seu pai, neozelandês, estava a concluir o
doutoramento em Ontário —, Eleanor
regressou com a família à Nova Zelândia quando tinha seis anos e cresceu em
Christchurch, no Sul do país. Vive agora em Auckland, no Norte, onde ensina
escrita criativa.
Ao anunciá-lo como vencedor do Man
Booker 2013, Robert Macfarlane descreveu The Luminaries como um trabalho
“deslumbrante, luminoso, vasto”, um livro no qual o leitor se “pode por vezes
sentir perdido”, mas que é “minuciosamente estruturado”.
Sublinhando o virtuosismo da autora,
Macfarlane garante, todavia, que o livro não é “um extenso exercício
literário”, mas um “romance com coração”. E está convencido de que a sua
invulgar extensão não afastará os leitores. “O tamanho nunca é problema quando
se trata de um grande romance”, disse o presidente do júri, que se mostrou
impressionado com a precocidade de Catton: “A maturidade é evidente em casa
frase, nos ritmos e equilíbrios, e o domínio da narrativa é espantoso.”
A acção do livro decorre em 1866, numa
povoação da costa oeste de South Island, a maior (e menos populosa) das duas
principais ilhas que constituem a Nova Zelândia. Numa noite tempestuosa, Walter
Moody, acabado de desembarcar, aloja-se na primeira estalagem que lhe aparece e
dá de caras com uma ecléctica assembleia de 12 homens. Com origens geográficas
e sociais muito diversas, o grupo inclui um chulo, um político, um garimpeiro,
um traficante de ópio, um leitor de sinas e um carcereiro, entre outros. Já o
estranho segredo que une estes homens envolve uma prostituta que terá tentado
matar-se, um bêbado que está mesmo morto, uma apreciável fortuna em ouro, um
jovem desaparecido e, na melhor tradição do romance de sensação oitocentista,
um antro de ópio.
Robert Macfarlane sugere que Catton
cruza Wilkie Collins – autor de A Pedra da Lua, obra pioneira da ficção
policial, e de A Mulher de Branco, romance pioneiro no recurso a múltiplos
narradores – e Herman Melville, autor de Moby Dick, um dos grandes romances
fundadores da literatura americana. No jornal Telegraph, Gaby Wood,
centrando-se mais na inovadora estrutura narrativa, vê em The Luminaries um
encontro entre Wilkie Collins e Georges Perec, o autor experimentalista francês
do grupo Oulipo.”Público
Os desenhos de Siza Vieira para as palavras de Bastide
A Casinha dos Prazeres é o livro que inaugura a colecção Espécies de Espaços (editora Abysmo). A ideia de Susana Oliveira, professora de Desenho da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, é juntar os traços dos arquitectos às palavras dos escritores. O volume de estreia mistura a escrita barroca do autor francês do século XVIII Jean-François Bastide com o traço depurado do arquitecto Siza Vieira. Os desenhos estão expostos no espaço da galeria da editora Abysmo (Rua da Horta Seca, 40, R/C, Lisboa) até 30 de Outubro.
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