A modernidade: a crise e o mal-estar
«A crise tem, pois, uma dupla vertente. Há o perigo do fim do humanismo, na medida em que dissolve o Homem na natureza, na física, na bioquímica. Cada vez mais o homem é produto do homem. Por outro lado, a crise está à vista na falta de sentido, na vivência, do niilismo e do seu mal-estar. É assim que, por exemplo, a palavra de ordem é competir, concorrer. Mas ninguém nos diz para quê. Já não há as grandes finalidades humanas, pois tudo se reduz, segundo a razão instrumental, a meios para outros meios, sem fim. Agora, no quadro da globalização, o destino é mesmo concorrer pura e simplesmente, pois a alternativa é: concorrer ou morrer.
Terreno propício para fundamentalismos!».
Anselmo Borges, in” Janela do (In)Finito”, Campo das Letras, Porto 2008
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