segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Um satírico Soneto

 

Soneto
À maneira de Nicolau Tolentino


Ó Tolentino, ó grande Nicolau,
não te peço emprestado o engenho,
mas tão só o teu sábio varapau,
que dê grande vigor ao meu empenho

de varrer, a valer, o meu quintal:
está sujo com o lixo de comentários
feitos por idiotas sem igual,
de tolices sem conta tributários!

A confusão nas cabeças é tal,
que lembra aquele aluno faceto,
que num exame, em hora fatal,

veio a descobrir que Hugo Capeto
subiu até ao trono da América,
só por acção da pressão atmosférica!

Dedico este desenfastiado soneto a alguns (só alguns!) dos meus assíduos comentaristas de um blog em que, honrosamente, colaboro. Eles têm escrito coisas verdadeiramente inesquecíveis! A mistura de componentes imiscíveis, que eles conseguem, requer, no mínimo, uma espécie desorbitada de génio atarantado. Agradeço-lhes com este modesto soneto, em que refiro o injustamente esquecido Hugo Capeto (desculpem a rima involuntária. Também Tolentino rima com cretino e isso é a culpa de quem? Ora bem!)).
Eugénio Lisboa, 07.02.2022

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