DOIS
PENSAMENTOS
SOBRE
TOLERÂNCIA E TIRANIA
por Eugénio Lisboa
Não devemos aceitar sem qualificação o
princípio de tolerar os intolerantes, caso contrário, corremos o risco de
destruição de nós próprios e da própria tolerância.
Karl
Popper
Um déspota aceita facilmente que os
seus súbditos o não amem, desde que se não amem uns aos outros.
Alexis
de Tocqueville
Vale a pena ter sempre
em mente estes dois pensamentos. O de Popper, talvez o maior estudioso da
democracia, desde Platão, põe-nos de sobreaviso contra os “apaziguadores”, que permitiram que Hitler ascendesse ao poder
absoluto, na Alemanha, não por via de um golpe de Estado, mas sim pela
tolerância não qualificada, que sempre abre as portas aos tiranos. A mesma
estafada conversa do artigo de António Barreto, hoje, no Público. Não quero nem
nunca serei “tolerante” com o CHEGA, porque ele quer silenciar e destruir
pessoas como eu e eu não estou disposto a consenti-lo. Se a democracia tem de
ser ligeiramente imperfeita, para travar a ascensão do CHEGA, SO BE IT! Se a República
de Weimar, depois de ter metido Hitler na cadeia, o tivesse deixado lá ficar,
ter-se-ia evitado a morte de muitas dezenas de milhões de homens e mulheres e,
também, a vergonha do Holocausto: eterna nódoa no percurso do ser humano por
este planeta. Quando a tolerância tolera a intolerância, suicida-se. O artigo
de António Barreto é um convite ao suicídio da democracia e da tolerância de
viver.”
Eugénio
Lisboa, 12.02.2022
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