«A arte é, pois, incapaz de satisfazer a nossa
última exigência de absoluto. Já, nos nossos dias, se não veneram as obras de
arte, e a nossa atitude perante as criações artísticas é fria e reflectida. Em
presença delas, sentimo-nos livres como se não era outrora, quando as obras de
arte constituíam a mais elevada expressão da Ideia. A obra de arte solicita o
nosso juízo: o seu conteúdo e a exactidão da sua representação são submetidos a
um exame reflectido. Respeitamos, admiramos a arte; mas acontece que já não
vemos nela qualquer coisa que não poderia ser ultrapassada, a manifestação
íntima do Absoluto, e submetemo-la à análise do pensamento, não com o intuito
de provocar a criação de novas obras de arte, mas antes com o fim de reconhecer
a função e o lugar da arte no conjunto da nossa vida.
(…)Após a pintura e
a música vem a arte da palavra, a poesia em geral, a verdadeira arte absoluta
do espírito manifestando-se como espírito. Com efeito, só a palavra é capaz de
se apropriar, de exprimir, transformando-o em objecto de representação, tudo
quanto a consciência concebe e reveste de uma forma que ela encontra em si
própria. Por isso, a poesia é, pelo seu conteúdo, de todas as artes a mais
rica, a mais ilimitada.»
G W. Friedrich Hegel, in “Estética”, trad. Álvaro Ribeiro e Orlando
Vitorino, Guimarães Editora, Lisboa, 1993
G W. Friedrich Hegel, in “Estética”, Guimarães Editora, Lisboa, 1993
...A Arte seduz-nos, cativa-nos, envolve-nos, e por fim aprisiona-nos de um modo tal que qualquer tentativa não nos consegue libertar dela. Quer a pintura, quer a música, quer a poesia, quer a escrita narrativa... Manifestações da Arte. Matéria do espírito, matéria dos deuses!...
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