UMA VERGONHA
CULTURAL
A CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO CONDE
por Eugénio Lisboa
“Vila do Conde teve o privilégio de lá ter nascido uma das maiores figuras literárias de Portugal, de todos os tempos. Grande poeta, grande dramaturgo, grande ficcionista, no conto, na novela e no romance, notabilíssimo ensaísta e crítico literário, diarista e autobiógrafo, artista plástico e empenhado colecionador de arte popular, sacra e profana, que soube preservar, José Régio é um excepcional ícone daquela terra que cantou em versos imortais e em inesquecíveis páginas de prosa. Quando se tem um ícone desta dimensão e desta projecção, há que acarinhá-lo, divulgá-lo, preservando-lhe dignamente a memória. Isso tem sido feito pelo CENTRO DE ESTUDOS REGIANOS, da Câmara Municipal de Vila do Conde, mas graças ao esforçadíssimo empenho, admiravelmente desinteressado, de competentes e devotados regianos, de que saliento o nome de Isabel Cadete Novais, a todos os títulos digna da admiração dos vilacondenses e dos portugueses, em geral. Preservando e divulgando o espólio e organizando, incansavelmente, colóquios, congressos, exposições, por todo o país, Isabel Cadete tem desenvolvido uma admirável obra de perpetuação da memória de um grande e singularíssimo escritor português. A propósito, ficaria bem, à Presidência da Câmara Municipal de Vila do Conde reconhecer esta obra de grande valor com uma mais do que merecida medalha de Mérito concedida a esta notável trabalhadora. E também, daqui a recomendo ao Senhor Presidente da República, para que o seu trabalho seja reconhecido com uma adequada comenda.
Porém, à Câmara de Vila do Conde, recomendo algo de igualmente urgente: a reparação, cuja necessidade se arrasta há anos, do tecto da Biblioteca do Centro de Estudos Regianos, porque a chuva que dentro dela cai já destruiu espécies bibliográficas valiosíssimas. Os apelos repetidos e angustiantes feitos pela directora do Centro, à Câmara, têm caído em ouvidos moucos. Tratar assim um símbolo cultural desta estatura é uma vergonha, porque expõe de maneira gritante o pouco ou nenhum valor que essa Câmara ou a sua vereação da cultura a esta atribui.”
Eugénio Lisboa, 19.10.2023
A CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO CONDE
por Eugénio Lisboa
“Vila do Conde teve o privilégio de lá ter nascido uma das maiores figuras literárias de Portugal, de todos os tempos. Grande poeta, grande dramaturgo, grande ficcionista, no conto, na novela e no romance, notabilíssimo ensaísta e crítico literário, diarista e autobiógrafo, artista plástico e empenhado colecionador de arte popular, sacra e profana, que soube preservar, José Régio é um excepcional ícone daquela terra que cantou em versos imortais e em inesquecíveis páginas de prosa. Quando se tem um ícone desta dimensão e desta projecção, há que acarinhá-lo, divulgá-lo, preservando-lhe dignamente a memória. Isso tem sido feito pelo CENTRO DE ESTUDOS REGIANOS, da Câmara Municipal de Vila do Conde, mas graças ao esforçadíssimo empenho, admiravelmente desinteressado, de competentes e devotados regianos, de que saliento o nome de Isabel Cadete Novais, a todos os títulos digna da admiração dos vilacondenses e dos portugueses, em geral. Preservando e divulgando o espólio e organizando, incansavelmente, colóquios, congressos, exposições, por todo o país, Isabel Cadete tem desenvolvido uma admirável obra de perpetuação da memória de um grande e singularíssimo escritor português. A propósito, ficaria bem, à Presidência da Câmara Municipal de Vila do Conde reconhecer esta obra de grande valor com uma mais do que merecida medalha de Mérito concedida a esta notável trabalhadora. E também, daqui a recomendo ao Senhor Presidente da República, para que o seu trabalho seja reconhecido com uma adequada comenda.
Porém, à Câmara de Vila do Conde, recomendo algo de igualmente urgente: a reparação, cuja necessidade se arrasta há anos, do tecto da Biblioteca do Centro de Estudos Regianos, porque a chuva que dentro dela cai já destruiu espécies bibliográficas valiosíssimas. Os apelos repetidos e angustiantes feitos pela directora do Centro, à Câmara, têm caído em ouvidos moucos. Tratar assim um símbolo cultural desta estatura é uma vergonha, porque expõe de maneira gritante o pouco ou nenhum valor que essa Câmara ou a sua vereação da cultura a esta atribui.”
Eugénio Lisboa, 19.10.2023
Sem comentários:
Enviar um comentário