A arte está cheia de coisas que todos conhecem, de verdades que andam pelas ruas.Boris Pasternak, Ensaio de Autobiografia
Quando penso no trecho musical que devo seleccionar para a rubrica de domingo, tenho como cuidado primeiro a não repetição de temas. Acredito que nem sempre respeitei esse princípio. Sei que várias composições foram repetidas. A Música tem o fascínio de nunca nos entediar. Podemos ouvir repetidamente uma canção, uma sinfonia , uma peça coral que nos encantou e o prazer , que nos acometeu da primeira audição, quase cresce e nos mergulha num novo enamoramento. Dou, por mim, a procurar , no meu arquivo musical , as minhas peças aladas. Escolho-as, geralmente, de acordo com aquilo que , naquele momento, me vai na alma. Creio que acontece com todos. Ouvimos, ouvimos e ouvimos , num sem fim de audições, a "música" que nunca deixou de nos falar. Não se esgota esse prazer. Sei que esse meu prazer é eclético. Deixo-me seduzir por tantos sons , por tantos ritmos, por tanta variedade de registos e por tipos e formas musicais diversas. Costumo pensar que nasci ao som de um sinfonia maravilhosa . Não sei se teria sido Mozart ou Beethoven a compô-la de tão perfeita e eficaz que foi. Nunca o descobri. Sei apenas que me empurraram para um mundo de sons harmoniosos e de magia a descobrir. A minha ligação à música é umbilical. Sem música, o mundo ficaria totalmente cinzento e a apatia tomaria conta de mim.
O destaque de hoje vai para um famoso violinista. O violino tem aquele extraordinário jeito de nos levar para onde a magia acontece e a fantasia se reproduz. Ora ri, ora chora, ora grita, ora sussurra, ora explode em paixão sublime , ora se queda num aconchego de infindo amor.
A composição que se apresenta, Smile, é mundialmente conhecida. Tem servido várias causas . Interpretada por múltiplos artistas, nunca deixou de ser reconhecida como uma obra ímpar, que faz parte da banda sonora do filme "Tempos Modernos", de Charlie Chaplin. A versão pertence ao violinista Renaud Capuçon, acompanhado pelo pianista Guillaume Bellom e foi extraída do Álbum "Un violon à Paris". Quando o primeiro confinamento de 2020 começou em França, Renaud Capuçon "levou sorrisos aos rostos de seus seguidores nas redes sociais, com vídeos diários realizados e emitidos de sua casa, Oferecia músicas de esperança e conforto. Com o álbum Un Violon à Paris, recriou, em estúdio, acompanhado pelo pianista Guillaume Bellom, esses momentos mágicos."
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