domingo, 19 de setembro de 2021

Ao Domingo Há Música


A arte está cheia de coisas que todos conhecem, de verdades que andam pelas ruas.
           Boris Pasternak, Ensaio de Autobiografia
 

Quando penso no trecho musical que devo seleccionar para a rubrica de domingo, tenho como  cuidado primeiro a não repetição de temas. Acredito  que nem sempre  respeitei esse princípio. Sei que várias composições foram repetidas. A Música tem o fascínio de nunca nos entediar. Podemos ouvir  repetidamente uma canção, uma sinfonia , uma peça coral  que nos encantou e o prazer , que nos acometeu da primeira audição,  quase cresce e nos mergulha num novo enamoramento. Dou, por mim, a  procurar , no meu arquivo musical  , as minhas  peças aladas. Escolho-as, geralmente,  de acordo com aquilo que , naquele momento, me vai na alma. Creio que acontece com todos. Ouvimos, ouvimos e ouvimos , num sem fim de audições,  a "música" que nunca deixou de nos falar. Não se esgota esse prazer. Sei que esse  meu prazer é eclético. Deixo-me   seduzir por tantos sons , por tantos ritmos,  por tanta variedade de registos e por tipos e formas musicais diversas. Costumo pensar que nasci ao som de um sinfonia maravilhosa .  Não sei se teria sido Mozart ou Beethoven a compô-la de tão perfeita e eficaz que foi. Nunca o descobri.  Sei apenas que me empurraram para um mundo de sons harmoniosos e de magia a descobrir. A minha ligação à música é umbilical. Sem música,  o mundo ficaria totalmente cinzento e a apatia tomaria conta de mim. 

O destaque de hoje vai para um famoso violinista. O violino tem aquele extraordinário jeito de nos levar para onde a magia acontece e a fantasia se reproduz. Ora ri, ora chora, ora grita, ora sussurra, ora explode  em paixão sublime , ora  se queda  num  aconchego de infindo  amor. 

A  composição que se apresenta,  Smile, é mundialmente conhecida. Tem servido várias causas . Interpretada por múltiplos artistas,  nunca deixou de ser  reconhecida como uma obra ímpar,  que faz parte da  banda sonora do  filme "Tempos Modernos", de Charlie Chaplin. A versão pertence ao violinista Renaud Capuçon, acompanhado  pelo pianista Guillaume Bellom e foi extraída do Álbum "Un violon à Paris". Quando  o primeiro confinamento de 2020 começou em França, Renaud Capuçon "levou sorrisos aos rostos de seus seguidores nas redes sociais,  com vídeos diários realizados e emitidos de sua casa, Oferecia músicas de esperança e conforto. Com o   álbum Un Violon à Paris,  recriou, em estúdio,  acompanhado pelo pianista Guillaume Bellom, esses momentos mágicos."

   
Renaud Capuçon & Khatia Buniatishvili, em Dvořák, Romantic Pieces (do Álbum Franck, Grieg,  Dvořák)
 
Acrescentamos , agora , a voz inconfundível da francesa Nolwenn Leroy à  magnífica interpretação de  Renaud Capuçon no violino , em  Calling You,  do filme "Bagdad Café".
 

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