Desde quarta feira, entraram na Croácia 17.000 refugiados. São rostos que sofrem num corpo em fuga . Rostos que exalam cansaço, desilusão , esperança num amanhã que não divisam. Fogem à guerra, ao terror e encontram um muro que lhes impõe uma outra batalha: a do desespero. Crianças extenuadas, depauperadas caminham pelas estradas após uma travessia que não chega a porto firme. Há lágrimas e temor naqueles olhares. E a Europa transforma-se em terra inóspita à mercê de quem mais pode.
Por cá, são as eleições em campanha. Candidatos que se digladiam e se confinam à ilusão do país virtual que virtualizam. O soro do poder alimenta-os.
"Temos um coração, mas também cabeça."
"Os autocarros vão-se sucedendo na localidade de Beli Manastir, na Croácia. Centenas de migrantes tentam entrar nos transportes para alcançar a Hungria. O ponto que pretendem atingir, do outro lado da fronteira, é Beremend, para onde as autoridades húngaras mobilizaram mais de 200 polícias. Budapeste quer estancar completamente as entradas. Mas o governo croata realça que já não tem capacidade para fazer face à chegada contínua de refugiados.
O primeiro-ministro, Zoran Milanovic, não hesita em dizer: “O nosso país não aguenta mais. Em apenas dois dias, chegaram à Croácia mais de 13 mil pessoas. Não temos formas de controlar toda a gente, não temos alojamento para todos. Esta situação coloca em risco a economia, o turismo, a rede de transportes. Temos um coração, mas também cabeça.”
Escassos quilómetros separam Beli Manastir de Beremend. Zagreb assume que continua a desviar o fluxo migratório para a vizinha Hungria, depois de Budapeste ter isolado a fronteira com a Sérvia, colocando arame farpado ao longo de 175 quilómetros. Agora, o mesmo está a ser feito ao longo da linha que a separa da Croácia." Euronews
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