quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Recordar Lou Reed

Lou Reed 
"Lançou alguns dos mais respeitados trabalhos da história do rock, viveu em cima do palco, mas nunca embarcou no circo mediático que acompanha esta cultura. O "génio eléctrico" deixou-nos a 27 de Outubro de 2013. Recorde-o aqui.
Em 1990, Lou Reed recordou o princípio de tudo quando questionado por Christian Fevret, da revista francesa Les Inrockuptibles: "aprendi a tocar piano clássico quando era miúdo. Tinha jeito, mas não gostava muito. Pus-me depois a ouvir discos na rádio e foi então que quis ter uma guitarra eléctrico, que os meus pais me ofereceram. Arranjaram-me um professor que me queria ensinar pelo método de um livro. Eu dizia-lhe: "Não, não, não, ensina-me antes a tocar este disco!". "Mas isso só tem três acordes", respondia-me ele. "Ok, então ensina-me esses três acordes". Ensinou-mos e eu fui-me embora e nunca mais tive lições".
Lou ingressou na universidade de Syracuse em 1960 para estudar jornalismo, realização cinematográfica e escrita criativa. No ano seguinte, começou a fazer rádio numa estação chamada WAER. Excursions on a Wobbly Rail, programa cujo título se inspirava num tema do pianista de jazz de vanguarda Cecil Taylor, misturava jazz avançado, rhythm'n'blues e rock and roll e que funcionou como uma verdadeira escola para Reed. Por outro lado, o aspirante músico haveria de ter aulas com Delmore Schwartz, a inspiração de "European Son", do primeiro álbum dos Velvet Underground. Rock and roll e literatura séria, as duas mais fortes influências de um homem que em 1979 confessou as suas ambições ao jornalista do New Musical Express, Paul Morley: "não sei se as minhas expectativas são muito altas, sei que são muito difíceis. Quero ser o maior escritor que alguma vez viveu nesta terra de Deus. Falo de Shakespeare, Dostoiévski... Quero ser um escritor que faça rock and roll que se possa comparar a Os Irmãos Karamazov... quero começar a construir um corpo de obras. Sei que posso soar pretensioso e é por isso que normalmente nem digo nada. Prefiro ficar calado".
Formado com distinção pela universidade de Syracuse em 1964, Reed mudou-se para Nova Iorque e não tardou a encontrar trabalho na Pickwick, uma editora de projetos "budget" que normalmente editava discos de imitação - era comum haver discos de imitações dos grupos e canções populares da época a um preço mais em conta do que os originais. "The Ostrich", uma canção que parodiava a mania das danças da época - como o twist, por exemplo - gerou alguma atenção. O grupo montado para tocar o tema, os Primitives, incluía o galês John Cale, que se encontrava em Nova Iorque para estudar com o compositor de vanguarda La Monte Young." Rui Miguel Abreu, Blitz

Leia mais: AQUI

Lou Reed, em " Perfect day"



Lou Reed , em " See that my grave is kept clean".


- Lou Reed, em "Sweet Jane"

Sem comentários:

Enviar um comentário