Soneto do Amor Total
AMO-TE TANTO, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim , de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes, in " Vinicius de Moraes, O poeta Apresenta O Poeta ", Cadernos de Poesia , Publicações Dom Quixote, Abril de 1969
POÉTICA (I)
DE MANHÃ escureço
De dia tardo
de tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
-Meu tempo é quando.
Vinicius de Moraes, in " Vinicius de Moraes, O poeta Apresenta O Poeta ", Cadernos de Poesia , Publicações Dom Quixote, Abril de 1969
“Vinicius de Moraes ocupa um lugar singular na história da poesia brasileira. Um dos principais nomes da geração que surge na década de 1930, período logo posterior ao movimento modernista, a sua poesia de escrita límpida e de linguagem fluida arrebatou em pouco tempo seus contemporâneos.
Após seus primeiros livros, Vinicius permaneceu como um dos principais poetas do Brasil, publicando com frequência até a década de 1950. A partir desse momento, sua produção editorial fica mais esparsa. É nesse período que ele desloca sua poesia de prosódia perfeita e subjectividade intensa para a letra de música popular. Ao actuar intensamente como compositor, ele articula de forma inédita e definitiva a alta qualidade poética de seus versos à renovação da produção musical brasileira do seu tempo.
Vinicius de Moraes nasce no dia 19 de Outubro, na Rua Lopes Quintas nº114, no bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Com o nome de baptismo Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes (apenas aos nove anos registra o Vinicius de Moraes), é filho de Lydia Cruz de Moraes e de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes.
Morre de edema pulmonar no dia 9 de Julho de 1980 em sua casa na Gávea. Mesmo passando por dificuldades com sua saúde, lança, com Toquinho, pela gravadora Ariola, seu derradeiro disco, Um pouco de ilusão." site VM
Amigos Meus do disco Um Pouco de Ilusão, de 1980
Composição de
Toquinho e Vinícius de Moraes
Amigos meus, está chegando a hora
Em que a tristeza aproveita pra entrar
E todos nós vamos ter que ir embora
Pra vida lá fora continuar
Tem sempre aquele
Que toma mais uma no bar
Tem sempre um outro
Que vai direitinho pro lar
Mas tem também
Uma sala que está vazia
Sem luz, sem amor, sombria
Prontinha pro show voltar
E em novo dia
A gente ver novamente
A sala se encher de gente
Pra gente comemorar
Amigos meus, está chegando a hora
Em que a tristeza aproveita pra entrar
E todos nós vamos ter que ir embora
Pra vida lá fora continuar
Tem sempre aquele
Que toma mais uma no bar
Tem sempre um outro
Que vai direitinho pro lar
Mas tem também
Uma sala que está vazia
Sem luz, sem amor, sombria
Prontinha pro show voltar
E em novo dia
A gente ver novamente
A sala se encher de gente
Pra gente comemorar
Gosto
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