Lou Reed
"Lançou alguns dos mais respeitados trabalhos da história
do rock, viveu em cima do palco, mas nunca embarcou no circo mediático que
acompanha esta cultura. O "génio eléctrico" deixou-nos a 27
de Outubro de 2013. Recorde-o aqui.
Em 1990, Lou Reed recordou o princípio de tudo quando
questionado por Christian Fevret, da revista francesa Les Inrockuptibles:
"aprendi a tocar piano clássico quando era miúdo. Tinha jeito, mas não
gostava muito. Pus-me depois a ouvir discos na rádio e foi então que quis ter
uma guitarra eléctrico, que os meus pais me ofereceram. Arranjaram-me um
professor que me queria ensinar pelo método de um livro. Eu dizia-lhe:
"Não, não, não, ensina-me antes a tocar este disco!". "Mas isso
só tem três acordes", respondia-me ele. "Ok, então ensina-me esses
três acordes". Ensinou-mos e eu fui-me embora e nunca mais tive
lições".
Lou ingressou na universidade de Syracuse em 1960 para estudar jornalismo, realização cinematográfica e escrita criativa. No ano seguinte, começou a fazer rádio numa estação chamada WAER. Excursions on a Wobbly Rail, programa cujo título se inspirava num tema do pianista de jazz de vanguarda Cecil Taylor, misturava jazz avançado, rhythm'n'blues e rock and roll e que funcionou como uma verdadeira escola para Reed. Por outro lado, o aspirante músico haveria de ter aulas com Delmore Schwartz, a inspiração de "European Son", do primeiro álbum dos Velvet Underground. Rock and roll e literatura séria, as duas mais fortes influências de um homem que em 1979 confessou as suas ambições ao jornalista do New Musical Express, Paul Morley: "não sei se as minhas expectativas são muito altas, sei que são muito difíceis. Quero ser o maior escritor que alguma vez viveu nesta terra de Deus. Falo de Shakespeare, Dostoiévski... Quero ser um escritor que faça rock and roll que se possa comparar a Os Irmãos Karamazov... quero começar a construir um corpo de obras. Sei que posso soar pretensioso e é por isso que normalmente nem digo nada. Prefiro ficar calado".
Formado com distinção pela universidade de Syracuse em 1964, Reed mudou-se para Nova Iorque e não tardou a encontrar trabalho na Pickwick, uma editora de projetos "budget" que normalmente editava discos de imitação - era comum haver discos de imitações dos grupos e canções populares da época a um preço mais em conta do que os originais. "The Ostrich", uma canção que parodiava a mania das danças da época - como o twist, por exemplo - gerou alguma atenção. O grupo montado para tocar o tema, os Primitives, incluía o galês John Cale, que se encontrava em Nova Iorque para estudar com o compositor de vanguarda La Monte Young." Rui Miguel Abreu, Blitz
Lou Reed, em " Perfect day"
Lou Reed , em " See that my grave is kept clean".
- Lou Reed, em "Sweet Jane"
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