Gritarás o
meu nome
Gritarás
o meu nome em ruas
desertas e a tua voz será
como a do vento sobre a areia:
um som inútil de encontro ao silêncio.
desertas e a tua voz será
como a do vento sobre a areia:
um som inútil de encontro ao silêncio.
Não
responderei ao teu apelo,
embora ardentemente o deseje.
O lugar onde moro é um obscuro
lugar de pedra e mudez:
embora ardentemente o deseje.
O lugar onde moro é um obscuro
lugar de pedra e mudez:
não
há palavras que o alcancem.
gelam-lhe os gritos por fora.
Serei como as areias que escutam
o vento e apenas estremecem.
gelam-lhe os gritos por fora.
Serei como as areias que escutam
o vento e apenas estremecem.
Gritarás
o meu nome em ruas
desertas e a tua voz ouvirá
o próprio som sem entender,
como o vento, o beijo da areia.
desertas e a tua voz ouvirá
o próprio som sem entender,
como o vento, o beijo da areia.
Teu
grito encontrará somente
a angústia do grito ampliado,
vento e areia. Gritarás o meu
nome em ruas desertas.
a angústia do grito ampliado,
vento e areia. Gritarás o meu
nome em ruas desertas.
Rui
Knopfli in “Memória Consentida: Vinte anos de Poesia”, 1959-1979 ,Imprensa
Nacional-Casa da Moeda, Lisboa
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