“Do Colonialismo como Nosso Impensado”
Autor: Eduardo Lourenço
Colecção: Obras de Eduardo Lourenço
Ano de edição: 2014
ISBN: 978-989-616-575-8
Capa: Brochado (capa mole)
Editora: Gradiva
Com organização e prefácio de Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi, o livro "Do Colonialismo como nosso impensado" foi apresentado, no Grémio Literário de Lisboa, no dia 12 de Junho.
Sinopse:
«Deste naufrágio de uma raça toda a gente se lembra, excepto os portugueses. Das epopeias que perduram neste país tão folclórico nem uma página o relembra. A História trágico-marítima é a dos portugueses devorados pelo mar e pelos autóctones. Este espantoso silêncio esconde a aventura colonial, a mais pura de toda a história. Tão pura que hesitamos chamá-la colonialista. E, no entanto, ela é certamente uma entre outras, a primeira e a última ainda de pé, sob a indiferença dos trópicos e o esquecimento do mundo. Este esquecimento faz-nos pensar, mas explica-se. Portugal não foi o único país a deixar-se esquecer desta maneira. No tempo das Grandes Descobertas a importância cósmica desta aventura escondia aos olhos da Europa o colonialismo nascente. Mais tarde, a mesma Europa teve também demasiado interesse em esconder, em conjunto, este colonialismo.»Eduardo Lourenço
“Lisboaleipzig” de Maria Gabriela Llansol foi editado pela Assírio & Alvim a 6 de Junho
«Inicialmente publicado em dois volumes, respectivamente com os títulos” Lisboaleipzig I — O encontro inesperado do diverso” e “Lisboaleipzig II — O ensaio de música”, esta é a primeira edição em volume único, profundamente revisto por João Barrento e Maria Etelvina Santos, e com ilustrações de Ilda David’.
Como nos diz Fernando J.B. Martinho, neste livro «[…] tempo, espaço, representação são categorias que o texto anula, errante, como as figuras da narradora e sobretudo Aossê, ser da errância por excelência, de quarto em quarto, de casa em casa. Lisboa em Leipzig, Leipzig em Lisboa, Lisboaleipzig. Nada de surpreendente.
Surpreendente — assim a fixa o texto — será a proposta que Aossê faz a Bach: musicar-lhe um poema, em que está implicado por inteiro o destino do seu povo. Um poema que, assim, se volva “canto”, “cântico” e que se “ouça em toda a Europa, que é a parte mestra do mundo”. […] O que fica é a consolação da escrita, a reiterada insistência nela, para além da dispersão, da loucura, da incompreensão que são o preço a pagar, quando se anda “à procura de um final feliz”.»
Como nos diz Fernando J.B. Martinho, neste livro «[…] tempo, espaço, representação são categorias que o texto anula, errante, como as figuras da narradora e sobretudo Aossê, ser da errância por excelência, de quarto em quarto, de casa em casa. Lisboa em Leipzig, Leipzig em Lisboa, Lisboaleipzig. Nada de surpreendente.
Surpreendente — assim a fixa o texto — será a proposta que Aossê faz a Bach: musicar-lhe um poema, em que está implicado por inteiro o destino do seu povo. Um poema que, assim, se volva “canto”, “cântico” e que se “ouça em toda a Europa, que é a parte mestra do mundo”. […] O que fica é a consolação da escrita, a reiterada insistência nela, para além da dispersão, da loucura, da incompreensão que são o preço a pagar, quando se anda “à procura de um final feliz”.»
"Diários", de George Orwell editados pela Dom Quixote a 24 de Junho.
Sinopse: «Os diários de George Orwell (1931-1949) dão a conhecer a vida do escritor que marcou o pensamento político do século XX.
Escritos ao longo da sua carreira, os onze diários que sobreviveram – sabe-se que haverá outros dois da sua permanência em Espanha guardados nos arquivos da NKVD em Moscovo – registam as suas viagens de juventude entre os mineiros e os trabalhadores migrantes, a ascensão dos regimes totalitários, o horrível drama da Segunda Guerra Mundial, bem como os acontecimentos que inspiraram as suas obras-primas: O Triunfo dos Porcos e 1984.
As entradas de carácter pessoal reportam um dia-a-dia muitas vezes precário, a trágica morte da sua primeira mulher, e o declínio de Orwell, vítima de tuberculose.”
Escritos ao longo da sua carreira, os onze diários que sobreviveram – sabe-se que haverá outros dois da sua permanência em Espanha guardados nos arquivos da NKVD em Moscovo – registam as suas viagens de juventude entre os mineiros e os trabalhadores migrantes, a ascensão dos regimes totalitários, o horrível drama da Segunda Guerra Mundial, bem como os acontecimentos que inspiraram as suas obras-primas: O Triunfo dos Porcos e 1984.
As entradas de carácter pessoal reportam um dia-a-dia muitas vezes precário, a trágica morte da sua primeira mulher, e o declínio de Orwell, vítima de tuberculose.”
"Cláudio e Constantino" de Luísa Costa Gomes , publicado pela Dom Quixote. Saiu a 10 de Junho
«Cláudio e Constantino é uma novela rústica em paradoxos – tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da história da Filosofia. Dito assim, parece um romance filosófico, mas não… É sobretudo uma ficção que propõe um universo utópico, afectuoso e leve onde dois irmãos se deparam a cada momento com as grandes e pequenas questões que o conhecimento do mundo permanentemente lhes coloca.»
«Cláudio e Constantino é uma novela rústica em paradoxos – tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da história da Filosofia. Dito assim, parece um romance filosófico, mas não… É sobretudo uma ficção que propõe um universo utópico, afectuoso e leve onde dois irmãos se deparam a cada momento com as grandes e pequenas questões que o conhecimento do mundo permanentemente lhes coloca.»
«A Morte sem Mestre» é o mais recente livro de poesia de Herberto Helder editado pela Porto Editora. Escrito em 2013 e integralmente inédito, «Tudo quanto neste livro possa parecer acidental é de facto intencional» - «[...] peço por isso que um qualquer erro de ortografia ou sentido / seja um grão de sal aberto na boca do bom leitor impuro.», escreve-nos o autor.
Herberto Helder tem por hábito encadernar os seus livros com papel de embrulho castanho, escrevendo por fora com caneta de feltro vermelha o título e o nome do autor. A sobrecapa da presente edição evoca esse hábito, reproduzindo a sua caligrafia. É ainda incluído um CD, com cinco poemas lidos por Herberto.”Porto Editora
“À Beira do abismo”, o primeiro romance de Raymond Chandler, um dos grandes mestres da literatura policial, publicado pela Porto Editora a 23 de Maio,.
Sinopse: «Desencantado com o mundo à sua volta, Marlowe caminha por entre a decadente e rica classe alta de Los Angeles, onde grassam a corrupção e o crime. Investigando um caso de chantagem sobre Carmen Sternwood, uma das filhas de um velho milionário, as suas ilusões de “cavaleiro andante” depressa se desvanecem face a um mundo sórdido onde o dinheiro, o sexo e o jogo juntam forças contra a lealdade e a honra.»
“A Rainha Ginga E de como os africanos inventaram o mundo”, novo romance de José Eduardo Agualusa saiu a 6 de Junho, numa edição Quetzal.
Sinopse: «Personalidade originalíssima da história de África e do Mundo, ao mesmo tempo arcaica e de uma assombrosa modernidade, a rainha Ginga tem fascinado gerações, desde o Marquês de Sade (que via nela um exemplo de luxúria selvagem) até às feministas afro-americanas dos nossos dias.
Neste romance, José Eduardo Agualusa dá-nos a ver, através dos olhos de um dos secretários da rainha, um padre pernambucano em plena crise de fé, o agitado século em que esta viveu.
Misturam-se nestas páginas personagens reais – ainda que fantásticas –, como o almirante Jol, o pirata com uma perna de pau que conquistou Luanda para a Companhia das Índias Ocidentais, com outras fictícias, ainda que mais verosímeis do que as primeiras, como Cipriano Gaivoto, o Mouro, um mercenário português ao serviço da rainha Ginga.
Se é verdade que Angola tem ainda muito passado pela frente – no sentido de que há tanto passado angolano por descobrir e ficcionar –, também é verdade que este romance nos devolve um dos fragmentos mais interessantes, senão o mais interessante, deste mesmo passado.»
Neste romance, José Eduardo Agualusa dá-nos a ver, através dos olhos de um dos secretários da rainha, um padre pernambucano em plena crise de fé, o agitado século em que esta viveu.
Misturam-se nestas páginas personagens reais – ainda que fantásticas –, como o almirante Jol, o pirata com uma perna de pau que conquistou Luanda para a Companhia das Índias Ocidentais, com outras fictícias, ainda que mais verosímeis do que as primeiras, como Cipriano Gaivoto, o Mouro, um mercenário português ao serviço da rainha Ginga.
Se é verdade que Angola tem ainda muito passado pela frente – no sentido de que há tanto passado angolano por descobrir e ficcionar –, também é verdade que este romance nos devolve um dos fragmentos mais interessantes, senão o mais interessante, deste mesmo passado.»
"Dois Hotéis em Lisboa" de David Leavitt tem a chancela da Quetzal. Está nas livrarias desde 6 de Junho.
«Dois casais de forasteiros travam conhecimento na lisboeta e cosmopolita pastelaria Suíça. Estamos no ano de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, e Lisboa fervilha com milhares de refugiados – que esperam pelo visto e pela possibilidade de viagem para a América –, espiões e membros da realeza europeia.
Pete e Julia Winters são expatriados americanos burgueses que viviam em Paris; Edward e Iris Freleng são americanos também, mas mais ricos, sofisticados e boémios. Por coincidência, estão todos hospedados no Hotel Francfort, mas acabam por descobrir que afinal há dois hotéis Francfort, em Lisboa.
É num ambiente de tensão e de total insegurança em relação a tudo, e em especial ao futuro, que a ligação entre os dois homens se desenvolve, acabando por se tornar num arrebatado relacionamento amoroso.
Um romance maravilhosamente escrito, com um forte pendor sexual e político e em que a cidade de Lisboa e a linha do Estoril têm o estatuto de personagem.»
Pete e Julia Winters são expatriados americanos burgueses que viviam em Paris; Edward e Iris Freleng são americanos também, mas mais ricos, sofisticados e boémios. Por coincidência, estão todos hospedados no Hotel Francfort, mas acabam por descobrir que afinal há dois hotéis Francfort, em Lisboa.
É num ambiente de tensão e de total insegurança em relação a tudo, e em especial ao futuro, que a ligação entre os dois homens se desenvolve, acabando por se tornar num arrebatado relacionamento amoroso.
Um romance maravilhosamente escrito, com um forte pendor sexual e político e em que a cidade de Lisboa e a linha do Estoril têm o estatuto de personagem.»
"D. Maria II. A Rainha Submissa" de Luísa V. de Paiva Boléo, publicado pela Esfera dos Livros.
«A 4 de Abril de 1819 nascia no Brasil a princesa D. Maria da Glória, filha de D. Pedro de Bragança herdeiro do trono de Portugal e de D. Leopoldina de Áustria. Com apenas 7 anos foi declarada rainha de Portugal, mas somente aos 15 anos conheceu o país que iria governar. Um reino, bem diferente das terras de Vera Cruz, marcado pela Guerra Peninsular a que se seguiu a guerra civil entre D. Pedro e D. Miguel – liberais contra absolutistas.
O seu reinado foi marcado por transformações sociais e económicas e por uma forte instabilidade política, com constantes mudanças de ministros, intensa actividade parlamentar contra ou a favor da Carta Constitucional ou desta ou daquela Constituição e constantes revoltas populares que atingiam a figura da própria rainha. A tudo isto, D. Maria, marcada por uma forte personalidade, respondeu com coragem e determinação.
Depois de um casamento não consumado com o seu tio D. Miguel, de ter ficado viúva do seu segundo marido, pouco tempo depois do matrimónio, é nos braços de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha que encontra a felicidade e a alegria da maternidade. Dos ministros confiou no muito contestado Bernardo da Costa Cabral que acabou por afastar da governação.
Os seus momentos mais felizes passa-os na troca de correspondência com a prima e rainha Vitória de Inglaterra, onde lhe descrevia a felicidade da vida de casada e a maternidade e alguns, poucos, problemas políticos do país. A historiadora Luísa V. de Paiva Boléo, autora de D. Maria I, a Rainha Louca, leva-nos ao conturbado século XIX português para ficarmos a conhecer a biografia da primeira rainha constitucional, que, apesar da sua inexperiência, enfrentou as contrariedades políticas, marcando a história do país, nomeadamente ao criar o ensino primário gratuito, ao desenvolver vias de comunicação terrestres e fluviais e fundando a Academia de Belas-Artes e o teatro com o seu nome, em Lisboa.
No dia 15 de Novembro de 1853, ao dar à luz o seu décimo primeiro filho, faleceu, sem sequer ter tempo de se despedir dos filhos e marido. Para trás deixou uma família e um povo consternados e uma estabilidade política que tinha sabido conquistar a pulso.»
«A 4 de Abril de 1819 nascia no Brasil a princesa D. Maria da Glória, filha de D. Pedro de Bragança herdeiro do trono de Portugal e de D. Leopoldina de Áustria. Com apenas 7 anos foi declarada rainha de Portugal, mas somente aos 15 anos conheceu o país que iria governar. Um reino, bem diferente das terras de Vera Cruz, marcado pela Guerra Peninsular a que se seguiu a guerra civil entre D. Pedro e D. Miguel – liberais contra absolutistas.
O seu reinado foi marcado por transformações sociais e económicas e por uma forte instabilidade política, com constantes mudanças de ministros, intensa actividade parlamentar contra ou a favor da Carta Constitucional ou desta ou daquela Constituição e constantes revoltas populares que atingiam a figura da própria rainha. A tudo isto, D. Maria, marcada por uma forte personalidade, respondeu com coragem e determinação.
Depois de um casamento não consumado com o seu tio D. Miguel, de ter ficado viúva do seu segundo marido, pouco tempo depois do matrimónio, é nos braços de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha que encontra a felicidade e a alegria da maternidade. Dos ministros confiou no muito contestado Bernardo da Costa Cabral que acabou por afastar da governação.
Os seus momentos mais felizes passa-os na troca de correspondência com a prima e rainha Vitória de Inglaterra, onde lhe descrevia a felicidade da vida de casada e a maternidade e alguns, poucos, problemas políticos do país. A historiadora Luísa V. de Paiva Boléo, autora de D. Maria I, a Rainha Louca, leva-nos ao conturbado século XIX português para ficarmos a conhecer a biografia da primeira rainha constitucional, que, apesar da sua inexperiência, enfrentou as contrariedades políticas, marcando a história do país, nomeadamente ao criar o ensino primário gratuito, ao desenvolver vias de comunicação terrestres e fluviais e fundando a Academia de Belas-Artes e o teatro com o seu nome, em Lisboa.
No dia 15 de Novembro de 1853, ao dar à luz o seu décimo primeiro filho, faleceu, sem sequer ter tempo de se despedir dos filhos e marido. Para trás deixou uma família e um povo consternados e uma estabilidade política que tinha sabido conquistar a pulso.»
“T. S. Eliot e Ezar Pound – Uma tentativa de aproximação às suas vidas e às suas obras –“ de Fernando Guedes , editado pela Verbo.
«Este volume é constituído por quatro textos sobre dois dos mais significativos poetas da literatura inglesa do século XX.
- T. S. Eliot
The Waste Land — oitenta anos depois
T. S. Eliot — The Waste Land e depois
«Este volume é constituído por quatro textos sobre dois dos mais significativos poetas da literatura inglesa do século XX.
- T. S. Eliot
The Waste Land — oitenta anos depois
T. S. Eliot — The Waste Land e depois
- Ezra Pound
Uma aproximação a Ezra Pound e ao seu processo de criação poética
Uma tentativa de leitura de Os Cantos de Ezra Pound
Uma aproximação a Ezra Pound e ao seu processo de criação poética
Uma tentativa de leitura de Os Cantos de Ezra Pound
Entre 1908 e 1910 partiram dos Estados Unidos para a Europa dois jovens intelectuais que se transformariam cada um à sua maneira, nos dois mais notáveis poetas anglo-americanos do século XX. O mais velho, nascido em 1885, utilizou sempre o escândalo social como forma de estar na vida. Chamava-se Ezra Pound. O segundo, Thomas Stern Eliot, era já a imagem que ainda podemos ter do gentleman inglês, apesar de nascido no Missouri (em 1888), educado na Nova Inglaterra e aluno de Harvard.»
Théâtre : Daniel Pennac en scène
L'auteur de "Journal d'un corps"
a tant de présence au théâtre qu'on en vient à se demander s'il ne serait pas
meilleur acteur qu'écrivain
Le Point.fr- Publié le 14/06/2014 à 14:27
Par Gilles Costaz
« Daniel
Pennac ? Il y a bien Michel
Houellebecq et Christine
Angot qui veulent bien se montrer ça et là, le temps de quelques passages
électriques. Il y a aussi Bernard Pivot qui fait un tour de France avec le
récit de ses souvenirs. Mais Pennac, outre qu'il écrit parfois pour la scène,
ne craint pas de signer pour des séries de représentations depuis qu'il a
interprété, dans la grande salle du Rond-Point, son texte Merci, mis en
scène par Jean-Michel Ribes. Aujourd'hui, tous les soirs de la semaine, il est
dans la petite salle pour une reprise de son Journal d'un corps, dont il
nous dit que c'est une nouvelle version. Donc, un spectacle partiellement neuf,
qu'il assume en solo, selon une mise en scène de Clara Baurer - la complice de
tous ses derniers spectacles, au style délicat et ouaté.
De douze à quatre-vingt-sept ans
Bien que le titre laisse penser le contraire, Journal
d'un corps n'est pas un document autobiographique, mais un roman, une
fiction. Pennac s'est inspiré de l'un de ses grands-oncles qui avait fait la
guerre de 14 et lui racontait ses souvenirs de poilu. Il a imaginé que cet
homme laissait à ses enfants un héritage inattendu, remis par notaire : le
journal de sa vie, une série de notes et d'observations faites, non pas du
point de vue de l'esprit, mais à l'échelle du corps. Depuis l'âge de douze ans,
il a relevé ce que ressentait sa carcasse et aussi comment ses proches ou les
gens qu'il rencontre se débrouillaient avec leur peau et leur squelette. Le
temps défile, il y a la terrible guerre, mais, aussi, les folies de
l'adolescence où la masturbation a une grande importance. Et la protection
d'une merveilleuse femme âgée qui, par sa présence tendre, apporte tant à
l'enfant, mais sera le premier être mort qu'il tiendra dans ses bras
L'âge adulte ne calme rien. Pennac peut faire penser à la
chanson de Léo Ferré "Vingt Ans" : "Pour tout bagage on a sa
gueule/ Quand elle est bath ça va tout seul/ Quand elle est moche/ On
s'habitue/ On dit qu'on n'est pas mal foutu"... Le personnage du grand-oncle
ne paraît pas avoir une "gueule bath", mais il traverse les années
plus ou moins sagement, tout en étant hostile à l'ordre moral qui règne dans sa
société bourgeoise. Il a ses moments de souffrance (chez le docteur, par
exemple) et de bonheur (il se marie et il a ses enfants). Un jour, ce sera à
lui de mourir, à quatre-vingt-sept ans.
Pennac devant une table d'écolier
En chemise rouge et costume brun, Daniel Pennac est assis
devant une table où pousse une série de tiges vertes - sans doute ce décor
d'Oria Puppo évoque-t-il les graines qu'on donne aux écoliers pour qu'ils les
fassent éclore et qu'ils découvrent les surprises de la vie végétale. Derrière
lui, sur une tenture claire, s'affiche régulièrement, en lettres manuscrites,
l'âge du personnage : il a tant d'années, tant de mois et même de jours, au
moment où il conte telle ou telle chose. Pennac a le livre à la main, il en
connaît beaucoup de pages par coeur, mais il en lit beaucoup aussi, quittant de
temps à autre sa table de travail verdoyante pour dégourdir ses jambes et son
récit. Le livre est tout arrondi, tellement il a servi, tellement il s'est mis
en boule dans la main !
Plus une série d'anecdotes qu'un journal intime
Plus sympathique que Pennac, il n'y a pas ! La mine
joyeuse, malicieuse, songeuse, il vous embarque tout de suite dans cette
traversée d'une société jaunie comme les photos d'antan et d'une mémoire qui,
elle, garde toujours son éclat de jeunesse. Mais, plus ça va, plus le titre
perd de sa justification. Est-ce dû aux nombreuses coupes qui ont été faites ?
Ce n'est pas vraiment un corps qui se raconte ; c'est plutôt une série
d'anecdotes dont Pennac tire sur scène encore plus de sel et de drôlerie. Il
fait feu de tout bois, oubliant son personnage et s'intéressant à tout ce qui
passe : par exemple, une personne qui, dans le bus, ne s'assoit pas à la place
du passager précédent tant que le siège n'a pas "refroidi" ! La
narration vagabonde, en perdant parfois de sa nécessité, de sa force compacte.
Pennac est si charmant et charmeur et le récit si
fluctuant qu'on en vient à se demander s'il n'est pas encore meilleur acteur
qu'écrivain. Mais avoir cette pensée et l'écrire serait sans doute une attitude
sacrilège, d'une belle ingratitude après avoir ri si souvent à ce Journal
d'un corps - qu'il aurait sans doute appelé plus justement Journal des
sens ! » Le Point
Journal d'un corps de Daniel Pennac, adaptation et mise
en scène de Clara Bauer. Théâtre du Rond-Point, tél. : 01 44 95 98 21, jusqu'au
5 juillet. Texte aux éditions Gallimard
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