Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma"
Sophia de Mello Breyner Andresen," Foi no Mar que aprendi", in " O búzio de Cós e Outros Poemas", Editorial Caminho
Praia da Rocha, 12.10.2013 |
Praia da Rocha, 12.10.2013 |
Praia da Rocha, 12.10.2013 |
Neste tempo de borrasca intensa, os sítios, os areais , as praias mudam sem que se reconheçam os traços que as definem. Olhar o mar do Algarve, num dia calmo de Outono, é descobrir o azul límpido de uma água que se espraia, sem pressa, na exacta indolência que apazigua e contagia. Os areais estendem-se pela largueza da costa que se recorta em enseadas abertas a pequenas furnas , onde os sons opacos da terra se misturam aos tangíveis gemidos do fundo do mar. Espaços mágicos de sereias e fadas marinhas que guardam histórias fantásticas de encantar.
Esse é o Algarve outonal que mora junto ao Mar. Belo, brilhante de dias claros e cores intensas. Praias vazias de areias mornas que se oferecem a quem as deseja e procura.
Esse é o meu Algarve. Esse é o meu Mar.
Praia da Rocha, 10.02.2014 |
Praia da Rocha, 10.02.2014 |
Praia da Rocha, 10.02.2014 |
O mesmo mar, num dia deste Inverno irado. Escurecido, enraivecido revolve e empurra o que se lhe interpõe . Sem fronteiras que lhe limitem os movimentos, segue desregulado.
Os dias de intenso azul dão lugar à escura e cinzenta vaga que já não afaga o areal. Abrasiva invade-o e revolve- o num rodopio perigoso e fetal. Dias que se arrastam numa terra que de sol sempre se alimenta. Que tormenta. Que tristeza.
Ah. Mar, mar, quem te ama , desespera.
gostei muito
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