A Fome, não.
A boca, sim: come, ou não come
Porém, como roubar a inextinguível Fome?
Inextinguível, porque pede
Um pão que nos excede:
Um pão que ninguém dá
Nem tirará.
Podes furtar-me todos os proveitos,
Expropriar-me , até, dos meus direitos!
Aos ventos darei eu meus gritos e canções,
E os ventos lhes farão mil edições. "
José Régio, in " Grande Guerra, A Chaga do Lado ", Portugália Editora, 3ª edição: 1970
.
Dezembro, último mês do ano. Mês de reencontros e de despedidas. Prenúncio de um novo tempo português. Tempo expropriado da esperança que desenha os dias promissores
Inextinguível, Dezembro está aí. E com ele, a poesia maior de José Régio e a música genial de Mozart .
"Ruhe Sanft" , uma bela ária da ópera "Zaide," de Wolfgang Amadeus Mozart, na voz jovem de Mojca Erdmann, no início de uma carreira de sucesso, em 2006, no Festival Mozart de Salzburg .
Celebre-se, assim, Dezembro.
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