Nelson Mandela celebra o 94º
aniversário
É hoje
celebrado em todo o mundo o "Mandela Day"..Às 8h00 locais (7h00
portuguesas), todos os alunos das escolas primárias sul africanas – mais de 12
milhões de crianças – cantaram em uníssono os parabéns a Mandela. A celebração
foi transmitida em directo pelas televisões e pelas rádios sul-africanas.
Por
iniciativa da sua própria fundação, o dia 18 de Julho transformou-se no “Dia de
Mandela”, uma jornada já reconhecida pela ONU como um dia em que todos os seres
humanos deveriam dedicar 67 minutos do seu tempo (o mesmo número de
anos da sua vida política activa) a ajudar os seus semelhantes, em
conformidade com os valores defendidos pelo primeiro Presidente negro da África
do Sul.
Como? Eis
algumas das ideias retiradas do site Mandela Day:
trabalhando como voluntário num canil, lendo para cegos, entregando brinquedos
em hospitais, entregando um pacote com comida a alguém em dificuldades,
ensinando adultos a ler e a escrever ou fazendo um novo amigo.
É um dia
muito importante para todos nós. (...) Estamos aqui para celebrar o aniversário
de uma pessoa muito importante, uma pessoa que nos libertou a todas do
apartheid [o regime segregacionista sul-africano]”, explicou aos seus alunos o
director de uma escola primária do Soweto, Paul Ramela, citado pela AFP.
“Mandela consagrou 67 anos da sua vida a melhorar a vida dos outros. Ele fez
muito por nós”, acrescentou.
Mas os votos
de feliz aniversário não vieram só de dentro da África do Sul. Todo o mundo deu
hoje os parabéns àquele que é unanimemente considerado um dos líderes políticos
mais acarinhados em todo o mundo e que mais fez pela união nacional do seu
país. O Presidente americano Barack Obama e a sua mulher Michelle prestaram
homenagem ao nonagenário, saudando a sua “vontade de ferro”, a sua “integridade
sem falhas” e a sua “humildade”. Em França foi hasteada uma bandeirola de
homenagem ao líder sul-africano na partida da etapa de hoje do Tour de
France.
Nelson
Mandela deverá comemorar o seu aniversário em família na sua casa de Qunu
(sudeste do país), a aldeia onde passou parte da sua infância e onde agora
passa a maior parte do seu tempo.
Detido
durante 27 anos por lutar contra o apartheid na África do Sul, Mandela foi
libertado em 1990 e mais tarde (1994) eleito para a presidência da África do
Sul. Exerceu apenas um mandato como Presidente, até 1999, e retirou-se depois
da actividade política. Em 1993, Mandela recebeu o Nobel da Paz e tornou-se, em
definitivo, um símbolo planetário da reconciliação e da luta anti-segregação
racial.
A última
entrevista de Mandela a um jornal sul-africano, antes de ser preso e condenado
a prisão perpétua, da qual cumpriu 27 anos, foi ontem divulgada na África do
Sul.
Na
entrevista, concedida nas traseiras de uma loja em Joanesburgo, Nelson Mandela
- na altura um fugitivo procurado pelas autoridades do "apartheid" -
falou ao jornalista Peter Hazelhurst do jornal Sunday Express, em 14 de maio de
1961, do sonho de formar "uma convenção de todos os grupos representativos
do país que redigissem uma constituição que ajudasse a criar uma África do Sul
multirracial e democrática".
"O que
acho mais incrível ao ler hoje de novo esse texto é que ele (Mandela) defendeu
exactamente a mesma coisa quando foi libertado da prisão", disse o autor da
entrevista, que só agora voltou a ter acesso a uma cópia do jornal depois de
lhe ter perdido o rasto ao longo dos anos.
A entrevista
levou à breve detenção para interrogatório do autor no dia em que foi
publicada. Hazelhurst disse que foi levado à presença de Mandela por Ahmed
Kathrada, um outro activista que viria a ser companheiro de Mandela na prisão
de Robben Island, informação que ocultou às autoridades, afirmando ter sido
levado a um local incerto de olhos vendados, por desconhecidos, para
entrevistar o dirigente. Informações recolhidas na Imprensa
... Mandela gastou a vida (já vai em 94 anos...) em prol de uma grande causa, a constituição de um Estado (África do Sul) multiracial, onde todos pudessem viver em igualdade de direitos e deveres, no âmbito de uma grande reconciliação nacional!... Reflectimos. Teremos nós, terá algum de nós oferecido o seu trabalho, a sua própria vida em prol de uma grande causa também?!... À nossa escala, evidentemente.
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