Uma bela melodia composta, cantada e tocada ao piano por Dulce Pontes. Mulher de excepcional voz exprime, nesta composição, os sons que fazem da música uma linguagem intemporal, mas universal. "Nu" foi retirado do álbum " Momentos" de 2009 .
"Waiting for food", Paula Rego |
Paula Rego nasceu em Lisboa a 26 de Janeiro de 1935, onde foi educada. Entre 1952 e 1958, estudou na Slade School of Art em Londres .Tem residência na capital do Reino Unido . Desde os anos sessenta que lá passa longas temporadas , mas Portugal continua a estar no seu coração. Foi nomeada a primeira Artista Associada da National Gallery de Londres, em 1990 . Cascais criou-lhe o Museu Paula Rego, «Casa das Histórias e Desenhos - Paula Rego", já que nos seus quadros pretende narrar histórias .
Prémios
1971 - Prémio dos Críticos, Sóquil
1984 - Premiada, TWSA Touring Exhibition, Newlyn Arts Centre, Penzance
1987 - Prémio Benetton/Amadeo de Souza-Cardoso, Casa de Serralves, Porto
1989 - Prémio Turner 89, Londres
1998 - Prémio Bordalo da Casa da Imprensa 1997, Lisboa
1998 - Prémio AICA’97, Lisboa
2001 - Prémio Celpa/Vieira da Silva
1984 - Premiada, TWSA Touring Exhibition, Newlyn Arts Centre, Penzance
1987 - Prémio Benetton/Amadeo de Souza-Cardoso, Casa de Serralves, Porto
1989 - Prémio Turner 89, Londres
1998 - Prémio Bordalo da Casa da Imprensa 1997, Lisboa
1998 - Prémio AICA’97, Lisboa
2001 - Prémio Celpa/Vieira da Silva
Poema destinado a haver domingo
Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
Natália Correia, in " Passaporte" ,1958, in " Poesia completa", Publicações D.Quixote
Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
Natália Correia, in " Passaporte" ,1958, in " Poesia completa", Publicações D.Quixote
Mon amie la rose
on est bien peu de choseet mon amie la rose me l'a dit ce matin
à l'aurore je suis née
baptisée de rosée
je me suis épanouie
heureuse et amoureuse
aux rayons du soleil
me suis fermée la nuit
me suis réveillée vieille
pourtant j'étais très belle
oui, j'étais la plus belle
des fleurs de ton jardin
on est bien peu de chose
et mon amie la rose me l'a dit ce matin
vois le Dieu qui m'a faite
me fait courber la tête
et je sens que je tombe
et je sens que je tombe
mon coeur est presque nu
j'ai le pied dans la tombe
déjà je ne suis plus
tu m'admirais hier
et je serai poussière
pour toujours demain
on est bien peu de chose
et mon amie la rose est morte ce matin
la lune cette nuit
a veillé mon amie
moi, en rêve, j'ai vu
éblouissante et nue
son âme qui dansait
bien au-delà des nues
et qui me souriait
crois celui qui peut croire
moi, j'ai besoin d'espoir
sinon je ne suis rien
ou bien si peu de chose
c'est mon amie la rose
qui l'a dit hier matin.
Cécile Caulier
Françoise Hardy em " Mon amie la rose" , letra de Cécile Caulier, Musique de Jacques Lacome, 1964
A arte, a música , a poesia quando obra duma mulher tem sempre uma autenticidade criadora que se distingue.
ResponderEliminarEstes exemplos atestam-na.
Que pode existir de mais agradável e sublime do que celebrar a Mulher e o seu imprescindível papel na vida, na sociedade, no mundo, nesta quinta-feira, dia 8 de Março, através das obras de quatro grandes Mulheres, cada uma na sua Arte?!... Natália Correia (a poeta e a importância do "matriarcado" nos caminhos desbravados dos tempos...), e a Paula Rego, artista inquestionável no desenho e na pintura, procurando denunciar e alertar para a mulher segregada, ostracizada, vitimizada, e esquecida, e ainda Dulce Pontes, uma bela voz dos tempos hodiernos, e Françoise Hardy, francesa, a voz "fatal" - já esquecida - dos saudosos anos sessenta.
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