Revisitamos Arthur Schopenhauer, (1788-1860), filósofo alemão do século XIX, de quem transcrevemos alguns pensamentos que, pela intensa actualidade, se prestam a uma boa reflexão.
Saber Pensar
"A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada"
Arthur Schopenhauer, in A arte de escrever (p. 18)
Sobre
a escrita e o estilo
[…] há três tipos de autores: em
primeiro lugar, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória,
de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a
mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam enquanto escrevem. Eles pensam
justamente para escrever. São bastante numerosos. Em terceiro lugar, há os que
pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem apenas porque pensaram. São
raros. (p. 28)
[…] mesmo entre os escritores pouco
numerosos que realmente pensam a sério antes de escrever, é extremamente
reduzida a quantidade daqueles que pensam sobre as próprias coisas, enquanto os
demais pensam apenas sobre livros, sobre o que outros disseram. Ou seja, para
pensar, eles precisam de um forte estímulo de pensamentos alheios já disponíveis.
(p. 28)
[…] aqueles que são estimulados pelas
próprias coisas têm seu pensamento voltado para elas de modo directo. Apenas
entre eles se encontram os que permanecerão e serão imortalizados. (p. 28)
[…] Apenas aqueles que, ao escrever, tiram
a matéria directamente de suas cabeças são dignos de serem lidos. (p. 28)
[…] Não há nenhum erro maior do que o de
acreditar que a última palavra dita é sempre a mais correcta, que algo escrito
mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda
mudança é um progresso. (p. 29)
Sem comentários:
Enviar um comentário