O corpo não espera.Não.Por nós
ou pelo amor.Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede,uma memória,tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera;este pousar
que não conhece,nada vê,nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo!E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede,uma memória,tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera;este pousar
que não conhece,nada vê,nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo!E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Jorge de Sena, de Fidelidade(1958), in Poemas escolhidos de Jorge de Sena, Círculo de Leitores,p.84,
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