Há dias em que o lápis não tem jeito. É o papel que se tornou áspero, é a mão que não o apanha, é o dia que complica e a luz que não basta. Esconde-se. E, atordoado, rejeita qualquer uso.
As palavras, que se encarreiravam já perfiladas para a acção, recolhem-se circunspectas, em abstinência imposta. A falta que lhes faz um passeio, em jogos de composição, que um bom lápis sabe arquitectar.
O dia esmorece-lhes sem que tenha despontado. O tempo recua ao silêncio do abandono. Cinzento e pesado, estreita qualquer passagem. Prolonga-se, então, a saudade de outros dias.
As palavras não se rendem. Há sempre um outro amanhã num hoje silenciado por um qualquer lápis.
As palavras não se rendem. Há sempre um outro amanhã num hoje silenciado por um qualquer lápis.
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