E assim nos apressamos e queremos fazê-lo,
queremos contê-lo nas nossas mãos simples,
no olhar transbordante e no coração sem fala.
Rainer Maria Rilke
queremos contê-lo nas nossas mãos simples,
no olhar transbordante e no coração sem fala.
Rainer Maria Rilke
Setembro leva-me ao Mar. A praia ressurge na arquitectura que lhe é familiar. As areias lavam-se de tão sofrido espezinhar. O espaço abre-se e as águas expandem-se para abraçar quem retorna. É um retorno desejado, a saudade dos dias tecidos ao longo do ano, a pertença retomada.
Há, em mim, um encanto pelo Mar. Tudo o que cheira a maresia me atrai. É o odor dos dias intensos de acalmia ; é a cor fulgente ao amanhecer; é o carmim de festa quando o sol se despede das águas ao fim do dia; é o brilhante espelho da lua em chiste de desafio; é o sossego de um ténue marulhar nas doces noites de Estio; é a ameaça da vaga nos dias de invernia; é o fulgor das lendas com sereias a marejar ; é o perene e sedutor convite para o amar.
Paixão e sempre fonte da minha vida, fixo-o faceiro, lacrimoso, sorridente, majestoso, irado, firme, de corpo inteiro.
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