sábado, 3 de setembro de 2016

MAR, meu Mar

                                           E assim  nos apressamos e queremos fazê-lo,
                                           queremos contê-lo nas nossas mãos simples,
                                           no olhar transbordante e no coração sem fala.
                                                                          Rainer Maria Rilke
Setembro leva-me ao Mar. A praia ressurge na arquitectura que lhe é familiar. As areias lavam-se   de tão sofrido espezinhar. O espaço abre-se e  as águas expandem-se para abraçar quem retorna. É um retorno desejado, a saudade dos dias tecidos ao longo do ano, a pertença retomada.
Há, em mim, um encanto pelo Mar. Tudo o que cheira a maresia me atrai. É o odor dos dias intensos de acalmia ; é a cor  fulgente ao amanhecer; é o carmim de festa quando o sol se despede das águas ao fim do dia; é o brilhante espelho da lua em chiste de desafio; é o sossego de um ténue marulhar nas doces noites de Estio; é  a ameaça da vaga nos dias de invernia; é o fulgor das lendas  com sereias  a marejar ; é  o perene e  sedutor convite  para o amar
Paixão e sempre fonte da minha vida, fixo-o faceiro, lacrimoso, sorridente, majestoso, irado, firme, de corpo inteiro.



















 


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