Se sabedes novas do meu amigo
É que venho perguntar:
Que ao que levou meu amigo
Há de a noite encarcerar
Dentro de fel e vinagre
Sua boca há de fechar.
Com sete chaves de treva
E fechaduras de neve
Que ao que levou meu amigo
Há de a febre devorar.
Se sabedes novas do meu amigo
É que venho perguntar:
Sobre a parede mais fria
Suas tripas há de o dia
Pendurar em argolas de veneno
Sua carne há de queimar.
Com carvões de acetileno
Mai-lo sangue que há de arder
Que ao que levou meu amigo
Há de a noite decepar
Há de o dia ver morrer.
Se sabedes novas do meu amigo
É que venho perguntar:
Sobre a parede mais fria
Suas tripas há de o dia
Pendurar em argolas de veneno
Sua carne há de queimar
Com carvões de acetileno.
Se sabedes novas do meu amigo
É que venho perguntar.
Adriano Correia de Oliveira, Gente de aqui e de agora (álbum musical), 1971
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