Os livros duram séculos e
falam da melodia da chuva,
dos rios e dos mares, das fontes,
dos húmidos beijos dos
amantes, mas também
morrem despedaçados num
qualquer temporal que parte
as vidraças e lhes tolhe as páginas
numa brutal invasão líquida.
E falam do fogo
das paixões, de estrelas
a arder no infinito,
mas o convívio das chamas
é-lhes vedado, apesar
da torpe ignorância
a isso os ter condenado
tantas vezes.
Quantos naufrágios e incêndios
os destruiram, para depois
ressurgirem múltiplos,
audazes amigos tão antigos e
tão novos.
Inês Lourenço in "Coisas que nunca" Editora & etc., Lisboa, 2010
Ano após ano, a Feira do Livro de Lisboa realiza-se no Parque Eduardo VII com vista privilegiada para o rio Tejo. Os livros são os actores principais deste evento, onde os encontros de leitores com os escritores também acontecem.
A Feira conta com a participação de editoras portuguesas e internacionais, tem cerca de 200 pavilhões e termina a 13 de Maio.
Sob o tema "Lugares bem Lidos", o DN realizou um Documentário onde aborda a Feira através de inesperadas leituras.
Sob o tema "Lugares bem Lidos", o DN realizou um Documentário onde aborda a Feira através de inesperadas leituras.
Um oportuno poema de Inês Lourenço que nos fala da fragilidade dos livros como objecto, feito de papel, sujeito aos tradicionais inimigos do papel, tais como traças, ratos, térmitas (formiga-branca, a mais comum), picos de acidez criados pela humidade, esboroamento das lombadas, manchas de bolor... Todavia, e também, da riqueza que eles constituem como veículo do conhecimento, sempre dispostos, sempre disponíveis ao nosso desejo de os ler, embora por razões de custo nem sempre ao alcance de todos!... Neste dia do livro devia-se pensar sobretudo não só no livro em si como objecto de cultura, mas na leitura, na maior promoção da leitura, principalmente junto dos mais novos. E, desde já,... Que a leitura dos livros chegue a todos os lugares, a todos os que sentirem a necessidade inadiável de os ler, de aprender com os seus conteúdos! São os nossos votos. Não dissemos nada de novo, mas é bom repetir esta mensagem. E ela aqui está!
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