O maestro e compositor Pedro Osório, nascido no Porto em 1939, morreu ontem, 5 de Janeiro, em Lisboa, no Hospital de São Francisco Xavier, onde deu entrada na Quarta-feira, disse fonte próxima da família à Agência Lusa.
Pedro Osório era orquestrador, chefe de orquestra, director musical e compositor, tendo-se decidido pela carreira musical quando terminava a licenciatura em engenharia mecânica.
Ao longo da sua carreira trabalhou com vários artistas do panorama nacional. Como autor e orquestrador, venceu várias vezes o Festival RTP da Canção e foi autor de vários musicais dos casinos Estoril e Póvoa de Varzim. Entre outras distinções, em 1982, recebeu o Prémio da Crítica pela composição para a peça "Baal", de Bertolt Brecht. Em 1994, o Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido posteriormente a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras e a de Mérito da Sociedade Portuguesa de Autores.
Já em 2011, o Ministério da Cultura agraciou-o com a Medalha de Mérito Cultural e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a comenda da Ordem da Liberdade.
Pedro Osório foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos e fez parte da organização do I Congresso Nacional dos Músicos em 2003. Desde então, e até Janeiro de 2011, foi membro da administração da SPA, onde actualmente estava no grupo do Fado. Osório, que também se dedicava à escrita de obras de música sinfónica, algumas das quais já executadas em público, lançara recentemente o livro "Memórias irrisórias com algumas glórias" e o seu último Álbum "Cantos da Babilónia".
Em nota emitida, o secretário de Estado afirma tratar-se do "desaparecimento de uma figura a quem a música ligeira portuguesa, desde a década de 60, deve uma grande parte daquilo que foi e também do que é ainda hoje".
Para Francisco José Viegas, Pedro Osório foi uma "personalidade que imprimiu sempre uma marca de contemporaneidade e modernidade na música ligeira portuguesa", um homem "tão multifacetado quanto exigente e empenhado em cada projecto a que se dedicava" e "são inúmeros os músicos portugueses que devem a Pedro Osório um pouco de tudo, desde canções a arranjos e composições, além da sua presença solidária e da sua amizade."
O corpo vai ser velado sexta-feira na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e seguirá depois para o Porto . Fonte Expresso e RTP
Pedro Osório - O Beijo do Sol
"O Beijo do Sol", uma das melodias de "Cantos da Babilónia", o mais recente Álbum de Pedro Osório, é o adeus maior de um grande compositor português . Desapareceu discretamente, mas a força da sua obra permanecerá para sempre.
“Cantos da Babilónia” é o último disco do maestro Pedro Osório, uma edição da Valentim de Carvalho, com chancela da Sociedade Portuguesa de Autores. O lançamento oficial esteve marcado para 17 de Novembro.de 2011, na Sociedade Portuguesa de Autores, na Sala-Galeria Carlos Paredes.
“(…) Baseado em cantos tradicionais de diversos lugares do mundo, este trabalho é o resultado de dois anos e meio de experiências e pesquisas, que viriam a culminar num conjunto de melodias sublimemente pintadas pelos cantares oriundos de países como o Quénia, Vietname, China ou até Portugal. Os cantos não surgiram propositadamente para este disco…foram encontrados pelo Maestro nas suas longas buscas e escusado será dizer que se deixou deslumbrar por estas paisagens musicais. Uma viagem singular pela música étnica…peças fundamentalmente para piano que se completam com a utilização frugal de “instrumentos samplados ou electrónicos” (…)” (nota de imprensa)
Quando qualquer génio da Música deixa de ser visto, quando um artista, um músico e um compositor desaparece, quando Alguém como Pedro Osório nos morre, a Música, como Arte suprema, estremece, quase que pára por momentos,... mas logo se recompõe, se reergue e se reafirma - ainda mais - como Arte universal entendível por todos. R.I.P....
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