terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Assim vai o Mundo em 2012

O mundo em regressão
O relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT) , “Global Employment Trends 2012” ("Tendências Globais do Trabalho 2012"), ontem divulgado,alerta para a necessidade de criação de emprego, face à perda de 200 milhões de postos de trabalho nos últimos três anos.
“O mundo entra em 2012 enfrentando um desafio sério em termos de trabalho e uma amplificação de condições de emprego deficitárias”, refere a organização, sublinhando que, desde que a crise começou, contabiliza-se 200 milhões de desempregados a nível global. Além da recuperação destes postos de trabalho, a OIT acredita que será necessário criar outros 400 milhões de empregos no mundo, durante a próxima década, para “gerar um crescimento sustentável, mantendo a coesão social”.
As previsões da OIT apontam para que a taxa de desemprego global se mantenha em 6% até 2016, o que, só este ano, vai significar que mais três milhões de pessoas vão ficar sem emprego. Mas a organização estima que, se a situação económica se deteriorar, o aumento se fixe em quatro milhões em 2012.
O relatório conclui que os jovens têm sido os mais penalizados desde o eclodir da crise, sendo que, em 2011, havia 74,8 milhões de desempregados no grupo de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos.
A taxa de desemprego dos jovens ronda, actualmente, os 12,7% e a OIT acredita que não vai haver grandes mudanças a este nível. “Tendo em conta a tendência actual, há pouca esperança de que se registe uma melhoria substancial no curto prazo no que diz respeito às expectativas de emprego” destas pessoas.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) avisa  que as medidas de austeridade que as economias desenvolvidas estão a aplicar aos apoios para os desempregados vão piorar as condições do mercado de trabalho e agravar as consequências de longo prazo.A tendência actual para políticas transversais de austeridade na despesa pública não dá garantias e deverá agravar os problemas no mercado de trabalho", lê-se no ‘Global Employment Trends O documento explica que "as experiências passadas sugerem, em particular, que políticas de apoio aos rendimentos dos desempregados têm o potencial para efeitos alargados e positivos na criação de emprego". Ou seja, "tanto as políticas activas como as políticas passivas direccionadas para o mercado de trabalho têm provado ser muito efectivas na criação de emprego e no apoio dos rendimentos", defende. Já "o corte nestes programas vai agravar os problemas no mercado de trabalho na região [União Europeia e países desenvolvidos], tornando mais custosa a redução das taxas de desemprego e travando substancialmente a retoma", acrescenta ainda a OIT. Em alternativa, os governos devem orientar a despesa pública para sectores "com maior potencial de criação de emprego", cortando, em alternativa, "nas despesas fiscais e nos subsídios que são ineficientes".
 O reforço do subsídio de desemprego, a reavaliação do salário mínimo e dos subsídios pagos pelos Estados às empresas que dão trabalho a pessoas com deficiência, são alguns dos caminhos que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta para incentivar a criação de emprego, num cenário de crise global.
A OIT afirma que mesmo criando-se   600 milhões de postos de trabalho na próxima década  haverá ainda 900 milhões de trabalhadores a viver abaixo do limiar da pobreza, ou seja, com cerca de um euro e meio por dia. Fonte :  TSF , Público e Económico

1 comentário:

  1. Uma análise muito bem elaborada! Tudo o que aqui é exposto, coloca - como soe dizer-se - o "dedo na ferida", de uma forma fundamentada, sem redundâncias, nem exageros. Face, a uma matéria tão bem explanada, de uma forma sucinta e objectiva, que acrescentar?... Retomemos a leitura novamente, sem cerimónia, porque tudo o que é bem explicado e traduz a verdade dos factos, merece sempre mais que uma leitura. Felicitações!

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