Enquanto
Enquanto não queira o tempo
Soltar a minha mão
Sairei cada manhã
A buscar com a mesma reverência
Minha diária salvação pela palavra
Enquanto não queira o tempo
Soltar a minha mão
Sairei cada manhã
A buscar com a mesma reverência
Minha diária salvação pela palavra
Tomás Segovia
México - "O poeta espanhol Tomás Segovia, que chegou exilado ao México em 1940, faleceu na segunda-feira, aos 84 anos, na capital mexicana vítima de cancro, informou o Instituto Nacional de Belas Artes (INBA).
"Segovia é um dos poetas mais importantes das letras em língua espanhola. O seu talento, sabedoria e grande humanismo enriqueceram a vida cultural de nosso país desde que chegou, expulso pela guerra civil espanhola", afirmou Teresa Vicencio Álvarez, directora geral do INBA.
Nascido em Valencia, Tomás Segovia desembarcou no México em 1940 e tornou-se uma importante figura da vida intelectual mexicana." Lusa
Prémio Portugal Telecom Literatura
O livro "Passageiro do Fim do Dia" de Rubens Figueiredo foi o vencedor da edição deste ano do Prémio Portugal Telecom de Literatura, em cerimónia realizada esta terça-feira em São Paulo.
Rubens Figueiredo ,escritor e tradutor brasileiro, é um autor galardoado com vários prémios ,incluindo dois Prémios Jabuti de Literatura e já tinha recebido este ano o Prémio São Paulo de Literatura.
O "Passageiro do Fim do Dia" conta o que os olhos de Pedro vêem enquanto atravessa a cidade do Rio de Janeiro até chegar ao bairro onde vive. Com um livro velho nas mãos, que vai lendo, a personagem criada por Rubens Figueiredo vai observando as relações e as desigualdades sociais no Brasil.
«Tentei concentrar-me em pequenos factos ou situações, às vezes detalhes mesmo pequeninos», contou o escritor, referindo ainda que abordou a «distância entre as pessoas» e «a dificuldade de ver os outros como iguais a nós mesmos».
O vencedor do prémio Portugal Telecom de Literatura escreveu o primeiro romance aos 23 anos. Nasceu em 1956, no Rio de Janeiro e vive nessa cidade. Foi professor e actualmente é tradutor, tendo mais de 40 traduções publicadas.
Mesmo com todo um currículo marcado pelo envolvimento com a língua, o autor diz não ser movido apenas pela palavra. "Eu só começo a escrever quando tenho alguma coisa para dizer".
Os dez finalistas do prémio deste ano foram Rubens Figueiredo, com "Passageiro do fim do dia" (Editora Companhia das Letras), João Tordo, com "As três vidas" (Editora Língua Geral), Gonçalo M. Tavares, com "Uma viagem à Índia" (Editora Leya), José Castello, com "Ribamar" (Editora Bertrand), João Almino, com "Cidade Livre" (Editora Record), Marina Colassanti, com "Minha guerra alheia" (Editora Record), Alberto Martins, com "Em Trânsito" (Editora Cia das Letras), Elvira Vigna, com "Nada a dizer" (Editora Cia das Letras), Ricardo Aleixo, com "Modelos Vivos" (Editora Crisálida) e Donizete Galvão, com "O homem inacabado" (Portal/Dobra Editorial). Notícia da Comunicação social
Morre um poeta espanhol, exilado político, nas distanciadas terras Mexicanas, Tomás Segovia!... Consagração e final de um tempo, na figura de um republicano fugido à Ditadura do Generalíssimo Franco, que foi ficando no México, construindo o seu viver pelo mundo latino-americano, e por último já incapaz de um retorno à sua Pátria de origem, a Espanha. Quando o corpo e o espírito se moldam ao exílio, já o regresso é uma soma de recusas e renúncias, impossibilidade real de mudança. E se outros amores e paixões nos forem entretanto tomando nos braços, e depois nos acharmos incapazes de voltar a ser o que somos onde fomos o que nunca pensámos ser..., então o permanecer torna-se em estar, amar e ser. Tomás Segovia é no seu desaparecimento físico a metaformose dele próprio, naquele outro que os fados assim destinaram. - Quanto a Rubens Figueiredo, é na sua obra literária o retrato do quotidiano visível, dos encontros com os seus semelhantes num percurso diário pensante, observador, interpelante. Isto vem provar que para se escrever um bom livro não se precisa que o vizinho do lado nos reconheça pelas fotos no jornal ou nas notícias das TVs, basta - sim - olhar com olhos que "vejam" e reflectir, e acabar por descrever o que contracena connosco no trilho que diariamente percorremos, no palco onde vivemos a amrgura e o latir dos dias, enquanto os mais, os que vivem paredes-meias, acabrunhados, insensivelmente "cegos", espécie de autómatos, seguem surdos e repetentes o carreiro, como formiga miúda, submissa e servil, trabalhadora e vegetante. É que criando obra através do ofício de tradutor, Rubens Figueiredo (não o Rubens Fonseca...) acaba por se tornar conhecido, divulgado no mundo literário, a ponto de o distinguirem com um Prémio mundial de uma enorme repercussão. Aliado ao seu livro, a sua lida diária, a quase permanente presença na obra dos outros escritores e poetas. Tudo se envolve, tudo se dissolve, absorvido no inimitável. Tomás Segovia e Rubens Figueiredo.... À morte, sucede-se a vida, como é natural que aconteça, até com os grandes génios da literatura! - Varela Pires
ResponderEliminar