Regresso
Pátria magra - meu corpo figurado...
Meu pobre Portugal de pele e osso!
Nada na tua imagem se alterou:
A casca e o caroço
Dum sonho que mirrou..
Vilar Formoso , 13.06.1960
Miguel Torga, in Obra completa - Diário IX, Círculo de Leitores, p.846
Lamento
Pátria sem rumo, minha voz parada
Diante do futuro!
Em que rosa-dos-ventos há um caminho
Português?
Um brumoso caminho
De inédita aventura,
Que o poeta, adivinho,
Veja com nitidez
Da gávea da loucura?
Ah, Camões, que não sou, afortunado!
Também desiludido
Mas ainda lembrado da epopeia!
Ah, meu povo traído,
Mansa colmeia
A que ninguém colhe o mel!...
Ah, meu pobre corcel
Impaciente,
Alado
E condenado
A choutar nesta praia do Ocidente...
Chaves, 11.09.1975
Miguel Torga, in Obra completa-Diário XII, Círculo de Leitores, p 1197
“Coimbra , 14 de Novembro de 1985
Há uma coisa que nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança”.
Miguel Torga, in Obra completa - Diário XVI, Círculo de Leitores , p1438
Há uma coisa que nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança”.
Miguel Torga, in Obra completa - Diário XVI, Círculo de Leitores , p1438
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