EM VERSOS DE CINCO SÍLABAS
Nos olhos de um gato
há sempre segredos
que trouxe do mato,
onde houve folguedos
e também mistérios
que não desoculta.
Percorreu impérios
onde o perigo avulta,
andou sobre os mares,
sentindo os medos
que pairam nos ares
e tecem enredos.
O gato aprendeu
o que só ele sabe
e que escondeu
antes que se acabe!
Nos gatos, os olhos
indicam saberes
que até são aos molhos,
com outros poderes.
Com os olhos, avisa,
mas só uma vez:
depois não precisa
dizer que o fez!
08.07.2020
Eugénio Lisboa,
que ama os gatos mas não tem a pretensão de supor que lhes decifrou todos os mistérios!
Cabias na palma da minha mão,
quando chegaste, naquela manhã.
Ver-te, tão pequenina, que emoção:
tu, mínima e peluda castelã!
Ficaste, logo ali, de mim cativa
e eu, cativo de ti, sem remédio,
ao ver-te tão pequena e já tão viva,
e tão arisca ao mais pequeno assédio!
Mínima promessa de tanta graça,
eras meiguice e eras travessura,
vendedora de doçura e de pirraça,
o negro e branco pelo à mistura!
És hoje um lindo tigre gracioso,
que é, embora mínimo, fogoso!
13.07.2020
Eugénio Lisboa,
que dedica este soneto à sua gatinha Ísis, em sinal de gratidão pela boa companhia que ela lhe tem feito, nestes dias sombrios.
que dedica este soneto à sua gatinha Ísis, em sinal de gratidão pela boa companhia que ela lhe tem feito, nestes dias sombrios.
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